Pepa (Carmen Maura) deve ser uma pessoa mais feliz hoje em dia, quando todos tem um celular. Afinal graças a ele somos facilmente encontrados e nos livramos da secretária eletrônica. Além disso seus modelos são muito mais fáceis de se atirar pela janela que seu baquelite vermelho, quando a ligação que esperamos não chega.
A obsessão da protagonista tem um nome, Ivan. Recém separada do ex-amante está decidida a ter uma "ultima conversa" com o homem, que tem o hábito de fugir de suas ex. É ou não para afetar os nervos? Mas como o filme se chama Mulheres à beira de um ataque de nervos, Pepa não é a única moça com problemas por lá. Sua amiga Candela (María Barranco) se enamorou de um terrorista xiita e foi usada por ele, virou cúmplice e teme ser presa. A literalmente louca, primeira esposa de Ivan, Lucia (Julieta Serrano), e o filho Carlos (Antonio Banderas), acompanhado da noiva Marisa (Rossy de Palma), também dão as caras no apartamento de Pepa. Não extamente juntos, mas tudo acaba chegando a um improvável e estranho encontro.
Inicialmente lento e confuso, o ritmo da narrativa tem uma "aceleração constante", culminando em uma hilária e frenética cena de perseguição. Seguida pela calmaria que sempre vem após uma grande tormenta. Envolvente e divertido!
O fato de Pepa e Ivan, serem atores e trabalharem com dublagem*, apenas aumenta os conflitos da moça. Ela é capaz de reconhece-lo com apenas uma palavra, ao telefone. E assim acaba por descobrir os que o ex anda aprontando por aí. Ok! Admito que o fato de ela seguir seus passos por Barcelona à fora também ajuda.
Entre uma busca e outra pela cidade, a moça acaba por colecionar os mais diferentes tipos em seu apartamento. A boa escolha do elenco só completa as idiossincrasias de cada um dos integrantes deste inusitado grupo. Carmen Maura, quando não aparenta está a beira das lágrimas, parece meio fora do juízo perfeito. Já Maria Barranco (que não sei porque me lembra Andréa Beltão), rouba cena como amiga deseperada, a ponto de rejeitar os beijos de um joven Antonio Bandeiras.
Em um filme de encontros, onde o Ivam é o único desencontro, Almodóvar nos apresnta as situções mais absurdas possíveis. Seja como ter a "sorte" de encontrar o mesmo simpático taxista sempre embarca em um carro. Ou do filho de seu amante ser um dos candidato a alugar seu apartamento. É improvável, absurdo mas acreditamos. E pior ao final achamos que faz muito sentido toda aquela bangunça.
Talvez porque, ao menos para as mulheres, é facil simpatizar com aquela "TPM coletiva", seja quais forem os motivos para as situações absurdas e os acessos de raiva por que passam as personagens. Além de descobrirmos um ótimo uso para os descartáveis aparelhos de celular que dispensamos pelo modelo da moda: atire-os pela janela e torça para que ele leve junto seus problemas, ou ao menos sua agonia.
*Imposssível não imaginar o dublador de verdade, fazendo a dublagem de alguém que está dublando. Situação curiosa!
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