Após anos sem que nada que não seja doce passe pelos portões de sua fábrica. O Excêntrico Willy Wonka resolve presentear 5 sortudas crianças com um bilhete que dá acesso a sua Fantástica Fábrica de Chocolates. É claro que com um nome desses a jornada pela fábrica não seria como observar garrafas de coca-cola serem cheias em um programa de "como se faz" Discovery Channel. As crianças, inclusive o pobre Charlie, descobrem um lugar mágico, ao mesmo tempo que aprendem algumas coisinhas.
Reavendo ao clássico da sessão da tarde, a versão de 1971, é difícil não se espantar com novos detalhes que ainda podemos descobrir. Como a, hoje estranha insistência de Charlie (Peter Ostrum) e sua mãe para que o Vovô Joe (Jack Albertson) guarde o dinheiro do fumo. Epa! Se apoiar o fumo de um senhor idoso preso a cama, já soa estranho, imagina quando o dinheiro gasto com ele poderia ser usado para coisas mais importantes, como comer e beber!
Entre as coisas interessantes e divertidas, todo o humor por trás da onda de desperdício causado pela promoção dos bilhetes dourados. Antes mesmo da crítica a má criação, vem a crítica a sociedade consumista, em que ainda vivemos.
O Willy Wonka de Gene Wilder, parece uma mistura de sábio e louco. Apesar de suas afirmações e ações não fazerem sentido ele mantém aquela expressão de que sabe exatamente o que está, e vai, acontecer. Provavlemente ele sabe.
Tem suas falhas, como o fato de Charlie não ser desclassificado por ser curioso e descumprir as regras. Ou elevador de vidro ter mais metal que vidro. Para quem já viu a nova versão a cachoeira de chocolate passa a sensação de ser apenas água marrom. Nada que arranhe a memória afetida criada ao longo de anos por um bom filme de infância. Elenco afiado, inclusive o infantil, e uma ótima direção de arte e canções divertidas, completam este adorável musical.
A nova versão não é um musical, mas tem músicas. Quase todas interpretadas pelos raros Oompa-loompas. Os moradores da Loompalândia são alguns dos pontos altos da versão de 2005. Em parte pelas ótimas canções que abrangem vários gêneros musicais, por finalmente conhecermos sua origem e por todos serem Deep Roy.
Referências para todos os gostos incluem até uma homenagem explicita a Kurbrick. Outra boa piada relacionada à música é a apresentação da fábrica semelhante, as fábricas de chocolate que costumamos visitar em parques de diversão. Quem nunca se decepcionou por nunca encontrar chocolates dentro delas?
Wonka (Johny Deep), aqui tem uma história de origem para explicar sua excentricidade. Nada sábio quanto seu antecessor, mas ainda aparentando saber o que está por vir. A diferença é que ele não parece se importar com isso, completamente alienado de qualquer coisa que não seja chocolate. Nem com o esforçado elenco mirim, e o alegre vovô Joe.
Adaptado aos nossos tempos, o filme ainda mantém as lições do livro. Apesar de Mike TV, não ser apenas um viciado em TV, mas um raker gênio, ele ainda precisa aprender a mesma lição. Também responde algumas perguntas que antes eram tarefa da nossa imaginação. A mais interessante a vida das personagens pós visita. Sejam as crianças "descartadas", e sua saída memorável, ou a mudança de vida de Charlie e Wonka.
A escolha de Tim Burton, e a equipe que o cineasta carrega para seus filmes, foi perfeita para o tom do filme. Meio sombrio, meio exageradamente colorido, tem direção de arte impecável. Dá aos Oompa-loompas uniformes diferentes para cada setor da fábrica, Augustos Gloop uma maquiagem de o faz parecer um enorme doce alemão. E aumenta a glicose de quem observa a apetitosa sala do chocolate.
A sequência poderia ter criado uma revolução anti-nova versão por parte dos fãs. Felizmente o resultado, foi o completo oposto e agora temos dois clássicos para amar!
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