Logo antigo da universal. Longa, tensa e impressionante conversa entre um ameaçador Coronel Nazista e um simples fazendeiro que parece ter algo a esconder. Massacre de uma família indefessa. Garota sobrevivente foge sozinha para um mundo selvagem familiarmente emoldurado por uma porta. O enquadramento lembra a cena final de Rastros de Ódio. Falatório, violência e referência a sétima arte. Alguém aí duvida que este é um longa de Tarantino?
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"Au revoir Shoshana" - estilo Rástros de Ódio. |
Se a cena inicial de Bastardos Inglórios deixa claro à que veio, nem de longe consegue apresentar toda a trama que acompanha dois planos distintos de vingança contra os Nazistas. Onde curiosamente a vingaça de Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent), a moça que presenciou o massacre de sua família, e dos Bastardos Inglórios do título culminam em um mesmo clímax.
Após fugir e reconstruir sua vida como dona de cinema, a moça vê sua chance de ouro ao ter sua sala de projeção escolhida como local de estréia de um filme nazista. Os Bastardos são um grupo de soldados judeu-americanos que atuam nas linhas inimigas com o objetivo de arrancar o maior número possível de escalpos nazistas. Eles pretendem encerrar a guerra na mesma premier, onde estará todo o alto escalão da SS, incluindo o próprio Führer.
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Difícil não simpatizar com um longa que oferece uma alternativa mais rápida e eficaz para o desfecho da segunda guerra. Embora completamente inverosímel e mirabolante, e com personagens absurdamente caricatas. Não que essas caracterósticas sejam um problema. A falta de veracidade garante a surpresa na trama, e as personages unilaterais facilita o que-é-quem, entre tantas personagens. Deve-se excluir aqui, o Coronel Hans Landa (Christoph Waltz), cara malvado, inteligente que sente extremo prazer e orgulho em seu trabalho de "detetive", e que coloca a causa própria a frente de qualquer outra. Magistralmente interpretado por Waltz já entrou para lista de grandes vilões do cinema.
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Brad Pitt também se sai bem como líder caipira dos bastardos. Nada mais engraçado que o italiano carregado de sotaque do Tenente Aldo Raine ao trabalar sobre disfarce. Já a outra "cabeça" do plano Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent), mantém o tom inexpressivo quase todo o tempo (a exceção é a cena do almoçao com Landa). Se o tom "francesa blasé" é proposital ou falha da atuação não tenho certeza.
O elenco ainda conta com Diane Kruger, como uma diva de cinema. Mike Meyers desviando a atenção, como um General Aliado, em uma única cena (o que o Austin Powers está fazendo ali). E o, então, pouco conhecido Michael Fassbender, que gostou tanto de ser caçador de Nazistas que logo descolou o papel de Magneto em X-Men - Primeira Classe. A maioria dos atores atende bem às necessidades, o que inclui apresentar os chefes nazistas como um bando de patetas, que não conquistariam nem a chave de seus quartos, que dirá a Europa.
Dividido em capítulos, o longa intercala as várias narrativas até que estas se encontrem no desfecho de forma competente. Desta vez, a violência tradicional tarantinesca perde mais espaço para, os também tarantinescos, diálogos. O que para alguns podem parecer se arrastar, como na cena do bar no porão, ou nas tentativas do soldado/ator em impressionar Shoshana.
Cheio de referências a arte do cinema, das quais meu reles, conseguiu identificar apenas uns 15%. Bastardos Inglórios é adoravelmente irreal, violento e bem executado. Mas, novamente, essa é apenas a minha repes opinião.
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