Shirley Jane Temple é uma diplomata americana que nasceu em 23 de abril de 1928. Além, é claro, de ser a maior atriz mirim de todos os tempos. Não pense que estou exagerando, ela esteve em mais de 60 produções para o cinema e a TV, a grande maioria ainda na infância. Até ganhou um Oscar especialmente feito para ela, mas vamos começar pelo princípio.
Estimulada pela mãe, que queria que sua filha fosse especial, a carreira de Shirley teve início ainda no útero. Gertrude ouvia bastante música quando grávida na esperança de estimular o lado musical de seu bebê. Deu certo! Aos 3 anos começou a ter aulas de dança no Mr. Meglin's Dance Studios em Los Angeles. Ainda em 1931 foi contratada para atuar na série de curtas Baby Burlesks que parodiava sucessos do cinema, especialmente de Marlene Dietrich, com bebês em fraldas e alfinetes gigantes. Atuou também em vários curtas-metragens até ser descoberta e contratada pela Fox (que naquela época ainda não se unira à 20th Century) em 1934. Assim começou a carreira da mais rentável atriz da década de 1930.
Vale lembrar que os Estados Unidos passavam pela Grande Depressão. Ainda assim, os filmes de Shirley levavam multidões aos cinemas, e salvaram a Fox da falência. Sempre otimistas e com finais felizes também trazia alegria para um povo em situação difícil. Não é atoa que o presidente agradeceu à pequena atriz:
"Durante esta Depressão, quando o espírito do povo está mais triste do que em qualquer outro momento, é uma coisa magnífica que por apenas 15 centavos, um americano pode ir ao cinema e olhar para o rosto sorridente de um bebê e esquecer de seus problemas."
Sim o ingresso custava apenas 15 centavos! E ainda era possível fazer dinheiro. Logo o estúdio cobriu sua estrela de regalias, que incluía uma casa dentro do estúdio, com móveis em escala onde a menina estudava e passava o tempo entre as gravações. Uma secretária para responder a mão as cerca de 4 mil cartas que ela respondia por semana. E um carro com motorista e segurança particular, já que muitos tentavam roubar um de seus cachos como souvenirs.
Os cachos aliais eram 56, e eram cuidados apenas pela mãe de Shirley. Outros cuidados para manter a imagem inocente da menina foram tomados. Uma das regras era que apenas o diretor poderia elogiar a performance da menina para que ela não ficasse convencida. Mas ela virou boneca, livros, linha de roupas, entre outros produtos de merchadising. E até ganhou um drink com seu nome, já que não podia beber o mesmo que os adultos Quer elogio maior que este? Pois ela recebeu!
Em 1935 ela recebeu um Oscar especial por sua contribuição para o cinema. A estatueta foi produzida em miniatura para "combinar" com sua dona de apenas 6 anos. Ela também entregou um Oscar. Walt Disney recebeu de suas mãos um Oscar honorário pela inovação na indústria cinematográfica ao lançar Branca de Neve e os Sete Anões. O prêmio que era composto por uma estatueta de tamanho real e sete miniaturas (representando os personagens que dão nome ao filme).
Quando a Fox e a 20th Century se tornaram um único estúdio, foi providenciada uma equipe de roteiristas para Temple. Dezenove escritores trabalhando em possíveis filmes para sua estrela mirim. E existia uma fórmula para isso: garotinhas sem sorte, geralmente órfãs, mas muito otimistas, que encontravam e cativavam incomuns figuras paternas, de preferência com números musicais.
Entretanto, Shirley não conseguiu ser a estrela de O Mágico de Oz. Com 10 anos na época era a escolha perfeita, mas a MGM detentora dos direitos do livro, e a Fox, que tinha o contrato com Temple não chegaram a um acordo. A desculpa oficial foi que a voz de Temple não era adequada e Judy Garland (16 anos) assumiu o papel.
Nesta época o cenário mundial estava mudando, a 2ªGM estava despontando e o público do cinema mudou, assim como Shirley. Mais velha ela não era mais o que a audiência queria. Seus últimos filmes foram mal, e o estúdio parou de produzir roteiros para ela. Até que seu contrato com a Fox foi encerrado. Ela era velha demais.
Foi considerada "aposentada" pela Fox aos 11 anos. E apesar dos esforços de sua mãe em conseguir um contrato não conseguiu muitos papéis e perdeu o interesse por atuar. Foi nessa época também que ela descobriu que era 1 anos mais velha do que acreditava. O estúdio mentira sua idade.
Já crescida casou-se aos 17 anos com o soldado convertido em ator John Agar com quem teve uma filha. O casamento terminou em 1949. Em 1950 ela se casou novamente. Com Charles Alden Blac ela teve 2 filhos, e viveu até a morte dele em 2005.
Na vida profissional foi delegada junto às Organizações Nações Unidas (ONU) nos anos de 1969 e 1970. Foi embaixadora americana em Ghana (1974-1976), chefe de protocolo para o presidente Gerald R. Ford (1976-1977) e membro da delegação americana que tratava dos problemas dos refugiados africanos (1981). De 1989 até 1992, Shirley Temple serviu como embaixadora na Tchecoslováquia.
Em 1972, aos 44 anos descobriu que tinha câncer de mama, e foi a primeira celebridade a admitir em público a sua doença e a mastectomia. Ela queria encorajar outras mulheres a prevenirem a doença. Além do Oscar especial, Temple tem uma estrela na Calçada da Fama e deixou a marca de suas mãos e pés na calçada do Chinese Theater em 1935.
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