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O roteiro de De volta para o futuro é brilhante, apenas por isso fazer uma continuação já seria complicado. Como superar, ou ao menos igualar, o impacto e originalidade do primeiro? Contra todas as probabilidades, na minha humilde opinião, eles conseguiram.
Começando literalmente do ponto em que paramos no primeiro, vemos o Dr. (Christopher Lloyd) arrastar Marty (Michale J. Fox) e sua namorada Jennifer (Elisabeth Shue) para o futuro, onde devem evitar um acontecimento que criaria uma reação em cadeia que destruiria todo o universo (isso na pior das hipóteses, a destruição poderia ser restrita apenas a nossa galáxia). Durante essa curta excursão pelo ano de 2015 (estamos quase lá), o DeLorean é surrupiado pelo velho Biff (Thomas F. Wilson) que entrega um almanaque com resultados esportivos à ele mesmo mais jovem, o tornando o homem mais sortudo, e poderoso, do mundo e alterando o curso da história. Dr. Brown e Marty acabam vontando para um 1985 alternativo, onde Biff é o rei. Para consertar tudo precisam voltar a 1955, quando Biff recebeu o livro e rouba-lo de volta.
O roteiro é complicado, com certeza, mas também é bem resolvido e bastante coeso. Embora todo o conceito de viagens no tempo possa transformar tudo em pura loucura, não existem pontas soltas. A impressão que tenho é antes de decidir para onde levar os personagens, todas as possibilidades foram analisadas, pensou-se no que cada ação podia acarretar. Cada consequência foi considerada, e oportunidade, foi considerada antes de se decidir pela história. E, é claro, como todo bom episódio do meio deixa um emocionante final em aberto.
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Pensa McFly, pensa! |
O longa também deixa a idéia de que a história está sempre se repetindo, ao mesmo tempo se reinventando, seja na sequência estilo "deja vu" de briga no Café anos 80, que se estende para a praça da cidade, nos repetidos banhos de esterco. Ou no fato do neto de Biff atormentar McFly Jr. é incapaz de se defender, repetindo o comportamento de seus avós no passado.
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A transformação da cidade em 4 tempos diferentes também é impressionante. Reconhecemos Hill Valley toda vez, embora em cada tempo ela esteja completamente diferente. O mesmo ocorre com os personagens, que sofrem alterações drásticas seja com a idade, status, social ou ainda cirurgia plástica. Confesso quando pequena não reconhecia Michael J. Fox, quando este interpreta sua filha.
Falando em Fox. Uma vez que ele roubou a cena no original (que seria um filme "de" Christopher Lloyd), resolveram dar espaço ao jovem ator que aproveitou para fazer de um tudo em frente as câmeras.
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Hã? Em qual eu bato? |
Entretanto é o ultimo ato que mais diverte. Quando Dr. Brow e Marty são forçados a voltar à 1955, literalmente ao primeiro filme, novamente muito bem reconstruído. Além de criar um enorme paradoxo temporal (Loucura! Existem 2 Martys, 2 Drs. e 4 DeLoreans, nesse período de tempo), dá a rara oportunidade de martar as saudades do original sem necessariamente assisti-lo e ainda apresenta novos pontos de vista e acontecimentos àquela história. Afinal os capangas Biff só não foram atrás do Marty que estava no palco porque o outro Marty impediu.
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Charme e "discrição" em 1955 |
Admito, a parte II de De volta para o futuro é minha favorita na trilogia. Adoro o fato de poder voltar ao primeiro filme e assistir à tudo de um novo ângulo.O vislumbre de um futuro colorido, tecnológico, cheio de traquitanas que adoraríamos ter e nada apocalíptico também não é nada mal. Além da certeza de que passaremos mais um longa na companhia desses personagens que adoramos. Este também é o longa com mais viagens do DeLorean, e já deu para notar: adoro pegar essa carona!
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