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Nem tudo é como parece


Eu AMO Razão e sensibilidade. Assim, em caixa alta. Vi pela primeira vez ainda na faculdade, por indicação de uma amiga, para um trabalho qualquer sobre identidade de gênero ou coisa que o valha. O propósito era totalmente acadêmico, mas eu me apaixonei pelo filme. A história, os personagens, o drama, os conflitos, os perfis psicológicos, as críticas sociais, o elenco, os diálogos, o humor fino, o figurino, os cenários, o sotaque inglês. É tudo perfeito. Eu falei do Hugh Grant? Ai, ai. Canastrão e lindo como sempre. E ainda tem Snape e House antes de serem Snape e House ( <3 Alan Rickman e Hugh Laurie). Sei lá, tenho a impressão de que Jane Austen ficaria orgulhosa. Boa, Ang Lee.

Desde o início da trama, fica bem claro que Elinor (Emma Thompson, também roteirista do filme), a irmã Dashwood mais velha, é a Razão. Contida, polida, discreta até demais, ela se fecha no seu mundinho e guarda para si a informação de que seu amado Edward (Hugh Grant) é comprometido há bastante tempo. Por outro lado, a jovem Marianne (Kate Winslet) é Sensibilidade à flor da pele, do tipo que adora poesia e música, acredita que o amor é mais forte que tudo e é capaz de morrer por isso. Mas quebra a cara ao descobrir que o encantador Willoughby (Greg Wise) não é o príncipe encantado que ela acreditava.
À primeira vista, parece tudo muito preto no branco, mas a história oferece mais nuances do que se possa imaginar à primeira vista. Elinor não sabe expressar suas emoções e acredita mesmo que Edward seja um homem honrado por manter seu compromisso anterior. É uma atitude que hoje achamos descabida, mas ela foi educada dessa forma. E o fato de ela não demonstrar seus sentimentos com tanta facilidade não quer dizer que ela não seja capaz de amar ou de sofrer. Até mesmo Marianne a acusa de ser fria e a provoca em diversas situações. Até que, numa de minhas cenas favoritas, Elinor explode e conta à irmã o suplício que tem passado em silêncio. Não, ela não tem sangue de barata. Só não alardeou aos quatro ventos o que sentia.


Já a sempre intensa e espontânea Marianne (que Elinor julga precisar "adaptar-se ao mundo") viu seu mundo ruir diante dos olhos de toda a sociedade. Não bastasse ter sido trocada por uma jovem rica, ainda teve que aguentar o falatório dos fofoqueiros (e insensíveis) de plantão. Romântica ao extremo, ela descobriu, do modo mais duro possível, que o amor nem sempre é suficiente. E que nem todos os livros de poesia que Willoughby tivesse lido na vida o tornariam uma pessoa menos egoísta e interessado no dinheiro. Por fim, foi ao lado do apaixonado coronel Brandon (Alan Rickman), por quem nutria apenas afeição, que ela encontrou tranquilidade. A razão acabou falando mais alto.

Nessa trama cheia de idas e vindas, tão importante quanto a ótima construção das protagonistas, está tudo que as cerca e que diz respeito à sociedade da época: a importância o casamento, o alpinismo social, a valorização do status, a rígida divisão de classes... Se deixarem, fico até amanhã elogiando a história. Ainda não li o livro (é mais um que está na minha interminável lista), preciso corrigir esse lapso urgentemente. Mas atualmente estou lendo Orgulho e preconceito, é Jane Austen também, acho que conta, né?

1 comentários:

Fabiane Bastos disse...

Ta lendo, Orgulho e Preconceito, aí que inveja. Também quero!!!

Preciso reparar minha lista de leitura URGENTE!!!

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