Acho que foi por causa do cartaz que nunca assisti a Thelma & Louise. Provavelmente, culpa da foto das duas sorridentes combinada com a estrada, sempre tive a sensação de que era um road movie tipo Sessão da Tarde. Pensando bem, não me lembro deste filme ser exibido constantemente nas sessões da tarde dos anos 1990, o que torna a minha impressão ainda mais absurda. Só para variar (como se isso não acontecesse por aqui semana sim, outra também!), eu não podia estar mais enganada quanto à natureza deste longa do eclético Ridley Scott.
Não sabemos muito sobre Thelma (Geena Davis) e Louise (Susan Sarandon) quando a viagem começa. Mas temos certeza absoluta de que a "dona de casa/saco de pancada" e a garçonete sobrecarregada, respectivamente, precisam de férias URGENTES! E é isso que elas fazem, deixa tudo para trás, por um fim de semana divertido em uma cabana de pesca. Porque pesca é o passatempo favorito das meninas! Bah! Mulheres pescando, quando ouvimos isso sabemos que elas nunca chegarão à tal cabana. E nos perguntamos porque cargas d'água as moças escolheram atividades tão desinteressantes para elas.
Só que Thelma é uma cabecinha de vento, casada com o primeiro namorado desde os 18 anos e parece não entender o mundo que a cerca, logo arruma encrenca na primeira parada, literalmente. Depois de fazer algo que não pode ser desfeitos, as moças passam a ser procuradas pela polícia. Armam um plano para fugir para o México. Tudo corre razoavelmente bem, até o J.D. (Brad Pitt, em início de carreira), cruzar seu caminho e arruinar os planos. A partir daí, as moças precisam usar a criatividade para seguir com o plano, e acabam descobrindo serem capazes de coisas antes inimagináveis para elas.
É claro que no meio da correria, (afinal é um road movie) sobra tempo para a diversão. Aliás, ouso dizer que aqueles foram os melhores dias na vida daquelas personagens. Como a própria Thelma afirma, mesmo danto tudo errado e estando ferradas, "estão se divertindo!".
Não vou dizer que é uma jornada de libertação e autodescoberta, pois todos os filmes de estradas são (ops! eu disse!). O interessante é que elas fazem tudo isso, do lado errado da lei. Não são injustiçadas, elas realmente cometeram aqueles crimes, mesmo "sem querer", são culpadas e sabem disso. Ainda assim, torcemos por elas. E nem precisávamos saber do passado sofrido de Louise para tal. Logo nada mais natural que nos satisfazermos, com o final estilo "até as ultimas conseqüências, sem desistir". É triste, mas é a melhor escolha.
Eu já nutria um enorme respeito por Susan Sarandon. Adoro ela, sempre precisa seja qual for o papel. Mas até este filme Geena Davis, era apenas a moça que afundou filmes de piratas, enfrentou Beetle Juice, e casou com Hugh "House" Laurie para poder adotar um rato (A Ilha da Garganta Cortada, Os fantasmas se divertem e O pequeno Stuart Little). É ótimo descobrir esta incrível atuação. Nem mesmo "Baby" Pitt decepciona em uma de suas primeiras empreitadas.
A cena do caminhoneiro me lembrou porque não devemos falar sem pensar com as pessoas nas estradas. As diferentes paisagens estadunidenses, como cenário, são de tirar o fôlego. E é impossível não perceber como era difícil encontrar alguém em uma época pré-celulares e GPS. Sumir era moleza!
Entretanto, nada me impressionou mais que o esforço para capturar duas donas de casa. Era tanto carro de polícia, que um pouco daquela poeira veio parar em meu sofá. Me admira que, com tamanha habilidade e competência, ainda não tenham encontrado Osama Bin Laden. Se bem que, ocupados com donas de casa, quando vão ter tempo de procurá-lo?
Contamos para eles que Bin Laden está no ultimo posto? |
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