Minha maior preocupação ao assistir A noiva de Frankestein, era o fato de não ter assistido o Frankestein original (1931). Assim como Kong, o monstro de retalhos, é um cidadão do imaginário coletivo. Mas são tantas referências, refilmagens, e adaptações que é provavel que a maioria de nós não conheça realmente os detalhes das versões do livro e do longa. Mesmo essas duas são bastante diferentes, mas isso é assunto para outro post.
Entretanto minhas preocupações foram eliminadas na primeira cena, onde a autora Marry Shelley, o noivo, e um amigo, nos situam na mitologia de Frankestein, através de mini-flashbacks, distribuidos em uma conversa amigavel, durante uma noite chuvosa. É nesta mesma cena que Shelley, revela a história não acabou daquele jeito...
Dr. e Criatura sobrevivem ao incêndio no laboratório. O cientista (Colin Clive) vai se recuperar nos braços da noiva o Monstro (Boris Karloff) vaga pela floresta aterrorizando aqueles que o tomaram como morto. A o descanso do Dr. Frankestein dura pouco não apenas, pelo fato de descobrirem que o monstro vive, mas pela visita do Dr. Pretorius (Ernest Thesiger).
O cientista louco, que provavelmente influenciou todos os cientistas loucos do cinema a partir daí, resolveu que deveria criar uma fêmea do monstro e precisaria da ajuda do Dr. Frankestein para tal. Quando o cientista recusa participar, alegando que (felizmente) aprendeu a lição da primeira vez, Dr. Pretório não mede esforços para faze-lo mudar de idéia.
Se assim como eu, estava esperando assistir, conflitos e disputas em relação a donzela de retalhos, desista. A noiva de Frankestein trata da decisão impensada e ambiciosa de continuar a "brincar de deus" e da busca do Monstro por seu lugar no mundo (no final das contas ele só precisava de um amigo). A chegada da personagem título, é guardada a sete chaves até o climax do longa. Mesmo os créditos, que naquela época vinham antes do longa, não contém o nome da atriz que dá vida a noiva para não estragar a surpresa.
Efeitos especiais espantosos (1935, lembra?) incluem tempestades de raios e pessoas-bonsai em vidros. A atuação, é extremamente teatral e exagerada, comum para a época. Maquiagem e figuirino são nomínimo curiosos. Ou foi apenas eu que percebi que as das cicatrizes da noiva eram mínimas, a deixando infinitamente mais bem apessoada que seu noivo. Ou ainda, que enquanto o Monstro anda de preto e todo rasgado, sua companheira, ganha longas vestes brancas. Seria uma noiva, ou uma virgem para o sacrifício? A trilha sonora de sinos de casamento durante seu surgimento sugere a primeira opção.
Oficialmente o gênero é terror, é possível que tenha assustado as pessoas de 1935. Eu achei muito divertido e até fofo em alguns momentos. A caçada ao monstro à cidade por exemplo, mas parecia um bando de crianças brincando de pega-pega. E como não simpatizar com a Criatura aprendendo a falar: FRIEEENND!!!
Adorável, e traz até algumas lições, a maioria bastante óbvias. A melhor é seguinte: Se alguém fizer um brinde por um novo mundo, de deuses e monstros, é possível que ele, ou ela, não seja a melhor das companhias. CORRA!
0 comentários:
Postar um comentário