A vantagem de A Câmara Secreta sob a Pedra Filosofal é apenas uma: já conhecemos aquele universo, não é preciso perder tempo com apresentações. Focado apenas na história a narrativa é linear e com o tom de mistério e ameaça (mas nunca sombrio de mais para alguém de 12 anos), fica interessante, para dizer o mínimo!
Aproveitem, daqui para frente só piora! |
Vai começar o segundo ano de Harry (Daniel Radcliffe) em Hogwarts. E nos últimos dias de suas nada agradáveis férias em famíla, um elfo doméstico (este sim devidamente apresentado) o avisa algo ameaça a integridade dos alunos. Embora Dobby tente impedir de várias formas, o garoto acaba indo para escola, não antes de ser resgatado por seu melhor amigo Ron (Rupert Grint), e conhecer o cotidiano de uma familia verdade. Quando chega a escola, os avisos de Doby ganham fundamento quando animais e alunos aparecem petrificados. Resultado do retorno do herdeiro de Salasar Sonserina, que reabriu a tal câmara e libertou um monstro que deve caçar os nascidos trouxas (de origem não mágica). O problema é que ninguém sabe quem ele é. Quando Harry descobre um dom incomum e característico da família Sonserina, a habilidade de falar com cobras, vira o suspeito número um. É claro que isso vai resultar em uma jornada de detetive+aventura para descobrir e neutralizar o culpado.
Dobby, o elfo doméstico! |
Este longa apresenta um dos personagens mais bem feitos e adoráveis da saga. Dobby (voz de Toby Jones), é fofo e incrivelmente realista, mas também é um dos primeiros sinais de assuntos mais relevantes abordados com esperteza e até leveza: o elfo é um escravo. Outro assunto sério apresentado a criançada é a discriminação. Assim como no mundo trouxa, alguns consideram pessoas diferentes inferiores, e isso causa muita injustiça.
Entretanto, são as coisas divertidas que disfarçam os temas sérios, que saltam aos olhos. O que dizer da Toca? A residência dos Weasleys parece saída diretamente da minha imaginação. Juro, que até as cores das cadeiras estão como imaginei. Falta descobrir se J. K. é detalhista demais, se o designer de produção tem uma imaginação parecida com a minha, ou se sabe fazer mágica e acertar o tom com qualquer um.
E por falar nos Weasleys, são a primeira família de verdade que Harry conhece, ainda podem fazer mágicas! A diferença na dinâmica familiar é muito divertida, o pai bonachão, que não liga para as traquinagens dos meninos, a mãe zelosa e exagerada. Mesmo um bronca da Sra.Weasley (a mais que competente Julie Walters) é mil vezes mais carinhosa que um simples oi dos Dursleys.
Petzse, piztse paste nomen! |
Falando em famílias apenas eu reparei que os Malfoys tem um jeito peculiar de se apresentar? Criticando caracteristicas das outras pessoas na sala? É assim, com falas semelhantes a de Draco (Tom Felton) no primeiro longa,que um detestavéle perfeito Lucius Malfoy, nos é apresentado. Jason Isaacs, claramente se divertindo em poder ser mal educado, enquanto carrega uma enorme cabeleira loira . Ele se divertiu quase tanto quanto Kenneth Branagh dando uma de galã. Torci para o divertido personagem aparecer novamente, ele voltou nos livros rolou, no filme não haveria tempo mesmo.
E claro, crianças aprendendo, se divertindo e vivendo aventuras que a maioria dos adultos lidariam com muita cautela. Felizmente o espíríto da juventude faz Harry Ron e Hermione mergulharem de cabeça! Carros voadores, poções mágicas, duelos, aranhas gigantes, diarios com personalidade, mais divertido impossível! Vale lembrar aqui que Hermione (Emma Watson) resolve o caso, mesmo petrificada. Girl Power puro! Como toda boa aventura, termina com a entrega clássica do plano pelo vilão (porque ainda fazem isso?), e a com mais longa salva de palmas da história do cinema, o filme acaba antes dela!
Ainda bastante lúdico (leia-se colorido), o longa é um ultimo suspiro antes da queda vertiginosa, e sem volta, nas aventuras mais sombrias. Também é o ultimo longa de Richard Harris, que se despede das telas e de Dumblerore, nos deixando uma boa lição: São nossas escolhas que revelam quem realmente somos, muito mais que nossas qualidades!
Eu escolho continuar a aventura em Azkaban, e você?
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