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Os Garotos Perdidos, carrega a mesma atmosfera que outros filmes dos anos de 1980, colocando garotos comuns em grandes aventuras, que aqui envolve um fator sobrenatural e muitos, muitos litros de sangue. Assim como outras produções da época, tem uma única pretensão, ser um bom entretenimento. E esse é seu maior mérito.
Aos poucos vamos descobrindo o que torna a cidade de Santa Carla tão singular. As características dos vampiros, as formas de combatê-los. Ao mesmo tempo que assistimos as personagens serem levadas, sem muita escolha para o centro da ação. Até que, se envolver na aventura se tone inevitável, seja para eles ou para nós.
Com o visual, e trilha sonora, característicos da década estilo não falta aos sangue-sugas, que tem um jovem Kiefer Sutherland (décadas antes de se quer sonhar ser o Jack Bauer) como líder. Motoqueiros arruaceiros, cheios de roupas, acessórios, e o impeto da adolescência, muito distante dos modos contidos, fraque e capa de seu antepassado mor, Drácula. Não se engane em pensar que o cabelo volumoso, e os enormes óculos escuros possam parecer ultrapassado, o visual apenas dá mais charme às criaturas já tão misteriosas e atraentes.
Também não ficam ultrapassados, as metáforas aos desafios da adolescência, como ritos de passagens, conflito de gerações e aceitação de responsabilidades adultas. Afinal os adolescentes estão por aí, a linguagem até muda, mas os conflitos são os mesmos.
É verdade que o romance entre Mike e a vampira Star (Jami Gertz), poderia ser melhor desenvolvido. Assim como os irmãos Frog (Corey Feldman e Jamison Newlander), poderiam ser melhor aproveitados. Embora nesse caso é provavel que a dupla roubasse a cena. Mas o misto de tensão, mistério, aventura e até uma ou outra reviravolta, sem a obrigação de se levar a sério compensa as falhas.
Divertido como se os Gonnies visitassem um epsódio de Supernatural. Um clássico de uma década que provou que o entretenimento sem compromisso, pode não apenas ser bom, mas também envelhecer muito bem.
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