Desde que vi a primeira versão nos cinemas, eu lembro que ficou a sensação "Cara, que filmaço! Pena que foi meio arrastado...". E o pior de tudo, é que o cansaço chega aos 45 minutos do segundo tempo. Sim, porque ação é o que não falta no terceiro longa da trilogia de Peter Jackson. Confesso que tive medo dos quase 50 minutos adicionais justamente por achar que talvez fosse enfatizar a parte enfadonha, mas tive uma grande e grata surpresa. Como era de se esperar vendo as inserções nos outros filmes, as mudanças foram muito bem adaptadas ao longa original, e deu toda uma revitalizada na história. Personagens e passagens importantes do livro foram mostradas. Especialmente na parte em que fala sobre a relação entre os irmãos Faramir (David Wenham, excelente) e Boromir (Sean Bean, que só aparece nesse filme nas sequencias inseridas) e o pai deles, Denethor (John Noble, uma aula de "como interpretar um vilão"). Essa parte, em especial, me agradou muito. Para mim, Faramir era o personagem mais injustiçado na primeira versão. Com os minutos adicionais em As duas torres e aqui, fica melhor explicada sua situação na história e, claro, seu envolvimento com Éowyn (Miranda Otto), uma das minhas heroínas favoritas. É, porque ir pra guerra desiludida de vencer, com o coração partido, ver o tio morrer e quase perder a vida ao matar um inimigo muito mais poderoso não é pra qualquer uma. Corajosa, no mínimo. E sim, sou romântica e adorei ver o casalzinho junto.
O filme é muito bem balanceado, alternando importâncias entre as tramas. As cenas de batalha pela defesa de Minas Tirith já eram impressionantes, e toda a sequência de Aragorn (Viggo Mortensen, ui!), Legolas (Orlando Bloom) e Gimli (John Rhys-Davies) com o exército dos mortos são o ponto alto da ação; Frodo (Elijah Wood, com desempenho fraco), Sam (Sean Astin, perfeito) e Gollum (Andy Serkis, finalmente mostrando a cara) e a conclusão da história... Até Mordor ganha mais destaque, com a passagem dos hobbits atravessando o país devastado até chegar na Montanha da Perdição e personagens como o Boca de Sauron (coisinha horripilante, Deus do céu!) aparecendo e o Feiticeiro de Angmar, o rei que não poderia ser morto por nenhum homem, ganhando um tempinho a mais na tela e espalhando mais terror.
O filme é ótimo, tem sequências memoráveis (minha favorita, sem dúvidas, é quando Pippin canta uma triste canção para um faminto e asqueiroso Denethor, enquanto Faramir lidera uma missão suicida para tentar resgatar Osgiliath), lições de moral a torto e a direito, a angústia de acompanhar o destino do Um Anel, as reviravoltas, os monstros espetaculares (além dos orcs nojentos, tem nazgul, olifantes e Laracna - na moral, qual é a de ter aranhas em TODOS os filmes?). Tudo muito lindo, tudo muito bom. Até...
Bem, realmente acho que Peter Jackson fez um ótimo trabalho dosando ação, humor e, porque não?, suspense (ei! o filme também é para não-iniciados na obra de Tolkien). Mas na hora fazer drama... Aí o bicho pega. É quase piegas. A bravura e amizade de Sam sofria comentários de "humm, boiola!" o tempo todo no cinema, e a despedida lacrimosa de Frodo nos Portos Cinzentos tava beirando uma novela do Manoel Carlos dirigida pelo Jayme Monjardim. Dá pra perceber nitidamente quando começa o mimimi: na coroação de Aragorn. Acompanhe. A trilha sonora muda, e todos parecem estar se movendo em câmera lenta. Os elfos se moviam assim durante a trilogia, mas era pra diferenciá-los dos outros povos, dar-lhes a atemporalidade necessária. Ok, posso (e devo) estar exagerando na implicância, mas o fato é que isso me incomodou a ponto de eu ficar enfadada (!!) assistindo. Ficava o tempo todo "ai, quanto falta pra acabar, hein?". Isso não é legal, muito menos normal, depois de dois filmes empolgantes e por ser uma das minhas histórias favoritas, tanto em livro quanto em filmes.
Por fim, acho mais que merecido o Oscar de melhor filme para O retorno do rei. Tudo bem que os críticos provavelmente consideraram a trilogia um único filme e esperaram a conclusão da saga para homenagear a grandiosa e muito bem executada tarefa (quase hercúlea, eu diria) de adaptação da obra-prima de Tolkien. Injusto com os outros longas, mas o reconhecimento dos críticos finalmente acompanhou o dos fãs. E não, nem por essa escorregada, eu não cheguei a detestar o filme. Eu adorei. E quando a tela ficou totalmente preta e apareceu o famoso "The end", eu pensei: não, eu ainda volto a ver vocês. Desde o início.
O filme é muito bem balanceado, alternando importâncias entre as tramas. As cenas de batalha pela defesa de Minas Tirith já eram impressionantes, e toda a sequência de Aragorn (Viggo Mortensen, ui!), Legolas (Orlando Bloom) e Gimli (John Rhys-Davies) com o exército dos mortos são o ponto alto da ação; Frodo (Elijah Wood, com desempenho fraco), Sam (Sean Astin, perfeito) e Gollum (Andy Serkis, finalmente mostrando a cara) e a conclusão da história... Até Mordor ganha mais destaque, com a passagem dos hobbits atravessando o país devastado até chegar na Montanha da Perdição e personagens como o Boca de Sauron (coisinha horripilante, Deus do céu!) aparecendo e o Feiticeiro de Angmar, o rei que não poderia ser morto por nenhum homem, ganhando um tempinho a mais na tela e espalhando mais terror.
O filme é ótimo, tem sequências memoráveis (minha favorita, sem dúvidas, é quando Pippin canta uma triste canção para um faminto e asqueiroso Denethor, enquanto Faramir lidera uma missão suicida para tentar resgatar Osgiliath), lições de moral a torto e a direito, a angústia de acompanhar o destino do Um Anel, as reviravoltas, os monstros espetaculares (além dos orcs nojentos, tem nazgul, olifantes e Laracna - na moral, qual é a de ter aranhas em TODOS os filmes?). Tudo muito lindo, tudo muito bom. Até...
Bem, realmente acho que Peter Jackson fez um ótimo trabalho dosando ação, humor e, porque não?, suspense (ei! o filme também é para não-iniciados na obra de Tolkien). Mas na hora fazer drama... Aí o bicho pega. É quase piegas. A bravura e amizade de Sam sofria comentários de "humm, boiola!" o tempo todo no cinema, e a despedida lacrimosa de Frodo nos Portos Cinzentos tava beirando uma novela do Manoel Carlos dirigida pelo Jayme Monjardim. Dá pra perceber nitidamente quando começa o mimimi: na coroação de Aragorn. Acompanhe. A trilha sonora muda, e todos parecem estar se movendo em câmera lenta. Os elfos se moviam assim durante a trilogia, mas era pra diferenciá-los dos outros povos, dar-lhes a atemporalidade necessária. Ok, posso (e devo) estar exagerando na implicância, mas o fato é que isso me incomodou a ponto de eu ficar enfadada (!!) assistindo. Ficava o tempo todo "ai, quanto falta pra acabar, hein?". Isso não é legal, muito menos normal, depois de dois filmes empolgantes e por ser uma das minhas histórias favoritas, tanto em livro quanto em filmes.
Por fim, acho mais que merecido o Oscar de melhor filme para O retorno do rei. Tudo bem que os críticos provavelmente consideraram a trilogia um único filme e esperaram a conclusão da saga para homenagear a grandiosa e muito bem executada tarefa (quase hercúlea, eu diria) de adaptação da obra-prima de Tolkien. Injusto com os outros longas, mas o reconhecimento dos críticos finalmente acompanhou o dos fãs. E não, nem por essa escorregada, eu não cheguei a detestar o filme. Eu adorei. E quando a tela ficou totalmente preta e apareceu o famoso "The end", eu pensei: não, eu ainda volto a ver vocês. Desde o início.
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