Depois de assistir à o Nascimento de Uma Nação, achei ser impossível achar outro retrato tão perfeito do lado feio da humanidade. É claro, que eu estava enganada novamente. Enquanto o longa de 1915 é desagradável por torcer descaradamente para o lado politicamente incorreto da batalha, Glória feita de sangue faz uma forte crítica ao lado errado, sem mascarar a desumanidade de uma guerra.
Quando soldados franceses da 1ªGuerra Mundial,recuam e se recusam a continuar a luta cuja morte é certa. Um general frustado pela derrota, resolve dar uma lição aos "desertores", mas como não pode matar todo o regimento, escolhe três homens para servir de exemplo. Os soldados são levados a um juri de fachada e condenados ao fuzilamento.
Como se a guerra por si só não fosse estúpida e insana o suficiente, os homens comuns condenados a lutar uma luta que não é sua, ainda precisam lidar com os egos inflados e as lógica destorcida pelas batalhas de seus superiores. Impossível não ficar com asco do general que ordena uma ataque contra as próprias tropas, para faze-las deixar a "segurança" das trincheiras.
A repulsa só aumenta quando nos damos conta que a vida de muitos homens é decidida à distancia, em salas suntuosas, com fartas refeições. Devia ser pré-requisito para tornar-se superior no exército: dar apenas ordens que você mesmo seja capaz de cumprir. Incapacidade que o diretor deixa claro logo nas primeiras cenas, quando um oficial é tomado pelo medo e toma decisões que tiram vidas.
Falando nas primeiras cenas, é nelas que reside o único ponto fraco do filme. A primeira metade é lenta e redundante, deixando pouco espaço para o real conflito do filme, a injusta execução.

Brilhante é a cena do julgamento. Com a decisão tomada antes mesmo de entrarem na sala, promotoria e juri, ignoram direitos, fatos e evidências. Além de exigir provas absurdas do único defensor dos condenados, Kirk Douglas, excepcional ao apresentar as nuances do personagem. Oficial honesto, desapontado com seus superiores, e angustiado por sua impotência.
Faltou apenas um pouco mais de tempo para observar a reação dos soldados escolhidos como exemplo. Mas não tem importância, o recado já estava muito bem dado!
0 comentários:
Postar um comentário