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Difícil falar mais do enredo sem revelar spoilers, logo vou parar por aqui. Mas não antes de mencionar os novos personagens. A magnata filantropa Miranda Tate (Marion Cotillard), que custa a dizer a que veio. A ladra Selina Kyle (Anne Hathaway), presente mais pela memória afetiva que pela utilidade na trama. O que ela faz qualquer personagem poderia fazer. Por que não aproveitar para trazer ao público uma versão inédita, e muito boa, de um dos personagens mais queridos de Gotham? Além do fato de Hathaway ser sempre eficiente. E o policial John Blake (Joseph Gordon-Levitt), ótimo personagem (mas ótimo mesmo!) que cresce ao ponto de carregar o filme por alguns instantes.
Sim, outras pessoas podem carregar o filme por alguns instantes, pois por mais que seja um filme do Batman também é um filme sobre Gotham. A cidade que atrai vilões como um imã é, afinal, o motivo de Batman existir, não? E Nolan consegue criar um clima de tensão, não apenas pelos personagens principais, mas por toda Gotham e seus moradores anônimos. Levando a "luta entre o bem e o mal" a uma amplitude digna de um grande final.
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Atitudes como as de Alfred (Michael Caine), a grande figura paterna responsável por boa parte da carga dramática do longa. Já que é a principal referência do Homem-Morcego, mesmo aparecendo pouco e longe da "ação" sua presença é vital para o Batman ser "o Batman". Além das escolhas do Comissário Gordon (Gary Oldman), obrigado a tomar decisões por um bem maior e lidar com as consequências sociais e morais delas. E ainda serve de ponto de ligação para a trama, que une os três filmes.
Só falta mesmo é um pouco mais de espaço para tantos personagens. E algumas explicações lógicas do tipo: "como fulano chegou ali tão rápido e sem meios?" ou "como entrou em um lugar que ninguém mais consegue?". Nada que nossa imaginação não preencha rápido, ou que a suspensão da realidade em que estamos imersos (por mais realista que seja, ainda tem um cara desfilando de capa por aí), não nos ajude a ignorar.
Falhas pequenas, para um filme que tem muitos mais acertos, que erros. Amarra as pontas soltas de uma saga que começou a ser contada em 2005. Termina a história sem deixar a sensação de que algo ficou por explicar, e sem eliminar a possibilidade de ampliar o universo (desde que bem feito). Tem ainda um final com várias interpretações. E até me fez simpatizar um pouco mais com o atormentado gênio, playboy, milionário, filantropo.
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Depois de tudo isso quem aí ainda acha que filmes de super-heróis são historinhas escapistas e fantasiosas para crianças?
*Publicado originalmente no Ah! E por falar nisso
*Publicado originalmente no Ah! E por falar nisso
2 comentários:
Muito boa a sua critica e concordo com vc que nesse filme os pontos foram ligados e que nesse filme tem mais acertos do que erros e fechou a trilogia com chave de ouro.
Obrigada, e volte sempre!
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