Após quatro semanas assistindo a ascensão, conflitos e quedas de um grande Rei, um grande homem, nada mais apropriado para um blog escrito por três mulheres, que terminar o mês do Rei Arthur com uma grande revelação: que toda glória de Camelot foi na verdade obra de mulheres. Ao menos é isso que As Brumas de Avalon sugere.
É Morgana (Julianna Margulies)quem conta a história, que começa muito antes de Artur nascer. Na verdade é mais uma história de Camelot, e principalmente de Ávalon, que do Rei Arthur. Talvez não devesse estar neste mês dedicado ao regente de Camelot, mas tem um Arthur, então...
A antiga religião, daqueles que servem à mãe, está perdendo força para os Cristãos, logo a Dama do Lago Viviane (Angelica Huston)tem um plano para criar um reino onde nova e velha religião caminhem juntas. É com essas tramas que Arthur é concebido, sob os olhos ainda inocentes de sua irmã Morgana.
E assim é conduzida a vida de ambos, ligados como almas gêmeas, logo ainda crianças são separados. Detalhe, o pequeno Arhur é vivido por um já talentoso Fredie Highmore. Morgana vai ser treinada para ser uma sacerdotiza do lago, e Arthur vai com Merlin (na minha cabeça para o treinamento do desenho da Disney, onde ele vira vários animais com Merlin, mas isso não é importante)
Importante mesmo, é ver como Viviane e Merlin (Michael Byrne)tentam coordenar os destinos de Avalon e Camelot, através de Morgana e Arthur. Contudo, falham em calcular as variáveis. Morgana e Arthur são pessoas, e estão rodeados e influenciados por outras pessoas, todas com livre arbítrio, opinião próprias, e algumas com ambições egoístas e destrutivas.
É claro que tudo dá errado, mais pelos fatores externos que pelas ações de nossos protagonistas. Morgana e Artur não são pessoas de atitude, e as poucas grandes escolhas que fazem, acabam por se tornar péssimas escolhas. Demora um filme inteiro (e uma vida também), para ambos assumirem realmente suas responsabilidades. Mas isso, move a história
Soma-se aí, tias interesseiras, o nobre romance entre Lancelot e Guinevere. E o conflito entre dois deuses, o "Pai do Céu" e a "Mãe da Terra". O curioso é pensar, que não pode haver os dois? Todos precisam de um pai e uma mãe, certo? Assim temos várias pessoas que vivem entre as duas, isso já é por si só confuso.
Uma superprodução, especialmente se lembrarmos que é um filme para TV. Efeitos especiais e elenco de primeira, mas ainda assim 3 horas soam cansativas. Talvez funcione melhor se assistido na forma em que foi concebido, em capítulos.
Cansativo, para os mais despreparados. Mas para aqueles que estiverem "no espirito", é uma boa nova versão para a lenda de Arthur. Além de despertar o interesse pelo livro de Marion Zimmer Bradley.
Uma ótica completamente diferente da lenda. Quando o ângulo muda, a visão também muda. Subvertendo o machista universo dos cavaleiros, com lógica e muita magia. Sabe quando sua mãe dizia que o homem pode ser a cabeça da casa, mas a mulher é o pescoço? Pois parece que esse ditado pode ser bem mais antigo que imaginávamos.
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