Nada de Delorean ou Vira-tempo é com um túnel do tempo (não o do vídeo show, mas um bem parecido com os do desenho do Pica-Pau) que se viaja pelos anos. Mas, como em qualquer trama com viagem no tempo, as coisas podem ficar confusas na mente daqueles que se propõem a esse passeio. Não, que James Cole (Bruce Willis) tenha sido um voluntário. Prisioneiro no futuro, aceitou a proposta em troca de limpar sua ficha.
Sua tarefa: identificar os revolucionários que liberaram o vírus em diferentes partes do mundo, inclusive no Rio de Janeiro (para aqueles que costumam dizer que o Brasil escapa de filmes apocalípticos).
Primeira dificuldade, acertar o ano. Segunda, não soar como louco. Isso e outros erros de execução nos faz pensar o plano dos governantes do futuro não é dos melhores. A caricatura com que o diretor os apresenta, também não ajuda. Sempre em grupo, com cara de ter ganho o posto não por mérito, mas por indicação. Além de possuir planos obscuros e sombrios. Parecem um pouco patetas que não fazem ideia do que estão fazendo.
Então acompanhamos nosso herói, lutando contra as confusas normas de uma sociedade a que não pertence. Lutando com a confusão mental que vivenciar diferente épocas pode causar, e tentando às cegas realizar sua missão. Entra então a figura de sua psiquiatra (Madeleine Stowe), tentando fazê-lo entender que “nada de que acredita é real”, e ao mesmo tempo descobrindo sentido na loucura. Ela enfrenta sua própria jornada, e certo momento os personagens chegam a trocar de posição, antes de finalmente acertarem os ponteiros.
O último detalhe que move a história é vivido por Brad Pitt. Ainda antes de ser um astro/galã/Bragelina, ele dá vida a uma pessoa insana com grande potencial para causar problemas. A atuação que lhe rendeu um globo de ouro é realmente impressionante. Enérgico e com discursos loucos sobre a sociedade, que soam mais sãos do que deveriam, ele rouba a cena com sua ambiguidade.
Os planos falhos, os erros, e as confusões geradas por múltiplas realidades e possibilidades geradas por paradoxos temporais, mantem o clima de urgência e dúvida constante. Ressaltados pela incerteza do protagonista sobre sua própria sanidade. Será mesmo uma teoria de conspiração? Ou tudo não passa de um delírio de um louco? A parte divertida fica por conta das metáforas e simbolismos espalhados pelo filme. O que inclui desenhos, animados, filmes, musicas, símbolos, entre outros detalhes.
O jeito é acompanhar e torcer. Torcer para que o protagonista alcance seu objetivo, seja ele qual for. E para que as autoridades consigam evitar, ou reverter o apocalipse viral, caso este tenha realmente acontecido.
As autoridades de Os 12 Macacos, não são os seres mais competentes do planeta, fato. Entretanto, agora é dezembro de 2012, e ainda estamos aqui, prontos para encarar uma nova ameaça a humanidade em 21/12/12. Então só posso supor que uma hora ou outra eles acabaram por resolver o problema.
2 comentários:
Ainda não tive oportunidade de assistir a esse filme mas valeu pela dica , gostei da resenha.
É muito bom, não deixe de assistir.
Obrigada pela visita!
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