Então o filme que inspirou o musical homônimo da Broadway, Hairspray não é um musical? Tem muita música, fato! Afinal grande parte da ação se passa em um programa musical de TV, mas ninguém sai por aí cantando e dançando para expressar o que está sentindo (a não ser por um bêbado na rua, mas ele não é importante para a história).
Antes de termos a MTV e os video-clipes, tínhamos programas como o Colin Corny Show, onde jovens criavam as mais modernas danças, ao som dos mais recentes sucessos. Uma febre entre os adolescentes de Baltimore. Participar do programa era o sonho da rechonchuda Tracy Turnblad (Ricki Lake). E não é que a moça consegue o trabalho! O que irrita a patricinha Amber Von Tussle (Colleen Fitzpatrick).
A situação piora quando a moça se assume pró-integração, irritando uma minoria poderosa que ainda acreditava em separar negros e brancos. A partir daqui o filme ganha contornos mais sérios, fazendo piquetes, manifestos e prisões pela causa.
Se você conheceu a história antes pela versão de 2007, ou nos palcos, é praticamente impossível não fazer comparações. Ou ainda encontrar referências (inversas, já que este inspirou o musical), que vão desde objetos de cena, figurinos, frases que inspiraram canções e finalmente porque Tracy não usa mais Hairspray ao fim do filme. (e as moças do BBB, se achavam originais passando os cabelos à ferro)
Muito parecido, mas incrivelmente diferente. Os personagens, locais e temas ainda são os mesmos, mas o tom é completamente diferente. O mundo deste longa é mais caótico, bagunçado, tumultuado e até meio sujo. Características que se aplicam a um roteiro com muito conteúdo, e inúmeros personagens. Preciso encontrar alguém que conheça apenas essa versão para descobrir se funciona bem. Uma vez que mesmo conhecendo a história, para mim ficou uma sensação de muita coisa para assimilar em apenas 1 hora e meia de projeção.
Ainda assim um bom filme, que ganha muito pelo seu estilo nonsense e politicamente incorreto enquanto trata de um assunto sério e super político. Um dos longas mais curiosos que assistimos aqui, mas ainda prefiro a versão musical. E não apenas porque adoro quando os personagens começam a cantar e dançar quando bem entendem. A adaptação conseguiu tirar os excessos, e as partes confusas, apresentando esta ótima história com um roteiro bem "redondinho". E claro, pelas músicas!
Tratamento psiquiátrico para deixar de gostar da "cor errada"! |
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