Lembra quando os aparelhos de TV ficavam com a tela cinza de chuviscos na ausência de um sinal? Antes dos televisores terem o recurso tela azul e protetores de tela, eram ótimos aparelhos para recepção de frequências de outros mundos. Foi assim que os misteriosos "seres da TV" fizeram contato com a pequena Carol Anne (Heather O'Rourke).
Mas os seres sobrenaturais não pararam por aí. Começaram irritar o cachorro, mover objetos, criar terremotos, animar árvores famintas, até finalmente sequestrarem a caçula da família. É a busca pela pequena Carol Anne, e a compreensão do que está acontecendo na casa é o que move Poltergeist - O Fenômeno.
A receita foi seguida a risca: família comum, de um bairro comum, garotinha inocente assustadoramente angelical e fenômenos inexplicáveis aumentando gradualmente sua esquisitice e gravidade. Mesmo assim, é o filme de terror mais fofo do mundo!
Ok, os efeitos especiais são datados, mas ainda convencem. E realmente nos preocupamos com a família. Entretanto a "atmosfera Spilbergiana", não nos deixa sentir pavor ou ansiedade. O tom é quase o de um filme família, com fantasmas ao invés do "ET" (que aliais foi filmado ao mesmo tempo e na mesma rua - a semelhança é notável).
Bem desenvolvida, a trama fica mais intensa ao decorrer do filme, abrindo espaço para um show de efeitos especiais. Ótimos para 1981, infelizmente meio engraçados 30 anos mais tarde. A não ser por Carol Anne (sim, a menininha que sempre aparece quando alguém menciona o filme), e pela "especialista" os personagens não são memoráveis. Alguns são até dispensáveis, como a irmã mais velha Dana (Dominique Dunne), cuja única função parece ser aumentar o número de pessoas quando necessário, sendo descartada, literalmente, na cena seguinte.
A chegada de uma especialista, mais cômica que sombria, não ajuda a amadurecer o tom. A não ser pelo fato de ficarmos na dúvida se a moça sabe mesmo o que está fazendo. Bom a família não tinha outra opção, afinal os Caça-Fantasmas só entraram na ativa anos depois, assim como os Winchester.
É um bom filme, mas para as crianças de hoje merece uma classificação etária mais branda. Não assusta, diverte. Contudo, ainda vou ficar de olhos e ouvidos atentos caso veja alguém conversar com uma TV. Isto é, se o aparelho estiver desligado, já que chegamos ao ponto em que conversar com a TV (e alguém te responder), não é brincadeira de criança, pesadelo ou loucura. Viva a tecnologia!!!
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