Muito antes de Nolan começar a invadir sonhos com astros de Hollywood, Satoshi Kon já criara sua própria máquina de sonhos. Em Paprika longa baseado no livro homônimo de Yasutaka Tsutsui, uma equipe de psicanalistas desenvolvem um equipamento que permite gravar e compartilhar sonhos. Criando uma nova técnica de compreender e até interagir com seus pacientes.
Quando alguns modelos do Mini DC são roubados, toda a população fica à merce dos bandidos. Manipulando e mesclando sonhos de muitas pessoas, fazem com que realidade e sonho se confundam. Cabe então à uma doutora, um inventor e um detetive/paciente remediarem a situação. Sempre auxiliado pela misteriosa e adorável entidade que trabalha a favor dos sonhos conhecida como Paprika.
Uma animação que deve passar longe das crianças, o longa é inspiração assumida para vários filmes posteriores. Particularmente, eu não conseguia deixar de ver relação entre o, assumidamente referencial A Origem (2010) e O Mundo Imaginariodo Dr. Parnassus (2009).
A história é complexa, assim como seu desenvolvimento que várias vezes acontece em cenas dignas dos mais loucos sonhos. Cheio de conceitos complexos, não tem medo de usar sequencias mais pesadas e assustadoras para explica-los. Medo, asco, estranheza, ou mesmo admiração é impossível não sentir ao menos uma dessas coisas a cada cena.
É claro, parte da estranheza vem também dos símbolos e hábitos da cultura oriental a qual somos alheios. Do lado de cá do globo, fica uma sensação de que sempre falta alguma informação para compreender completamente o que se passa em cena. Curiosamente, este problema de comunicação apenas amplifica o efeito que o filme pretende causar no expectador. O de que o mundo é meio "nonsense"!
Complexo, visualmente deslumbrante e exagerado. Paprika não é um filme fácil, mas é ficção científica obrigatória para cinéfilos, amantes de animação, e quem sabe até alguns estudiosos especializados em sonhos.
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