Blomkvist (Nyqvist): como dizer não ao irresistível mistério dos Vangel? |
Sabe aquelas histórias que te fazem grudar na cadeira, ficar com a respiração presa até que chegue ao desfecho? Pois é, foi isso o que aconteceu comigo quando conheci Os homens que não amavam as mulheres (The girl with the dragon tattoo, 2009). A história é simplesmente plausível demais para ser ficção, e fantástica demais para ser realidade. Genial.
Um jornalista, Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist), acaba de ser julgado e condenado à prisão por ter exposto em sua revista, a Millennium, um escândalo envolvendo um dos maiores empresários da Suécia. Todas as provas que lhe foram entregues sumiram repentinamente, então ele fora sentenciado a 3 meses de prisão por suas supostas mentiras. Mas antes de ser preso, Blomkvist será recrutado para tentar encontrar pistas de um desaparecimento ocorrido há 40 anos. Como não tem mais nada a perder, ele aceita o emprego.
Henrik Vanger (Sven-Bertil Taube) pede para Blomkvist tentar o impossível: conseguir pistas sobre o desaparecimento de Harriet, sua sobrinha, durante uma reunião de família. A garota desapareceu sem deixar rastros e aparentemente sem motivo, mas depois de passados tantos anos sem notícias ou novas pistas, era óbvio que se pensasse que ela está morta. O que sempre intrigou e acabou motivando o senhor Vanger a querer novas informações era o fato de ele continuar recebendo, todos os anos desde o desaparecimento de Harriet, um quadro com uma flor desidratada - os pacotes sempre de uma parte diferente do mundo. Esse era o presente que a menina costumava dar ao tio sempre, e para Henrik significava alguma coisa que o assassino dela queria lhe dizer. Foi então que ele resolveu buscar o melhor homem para desvendar o caso.
Lisbeth (Rapace) e seu tutor legal - que não é nem um pouco legal com ela. |
Com poucas pistas e batendo sempre em pessoas relutantes em comentar sobre o passado, Mikael começa a descobrir mais sobre a família Vangel e suas estremecidas ligações. Após algumas pistas novas encontradas em um antigo diário de Harriet, Blomkvist volta a ficar estagnado. A ajuda vem de Lisbeth Salander (Noomi Rapace, excelente), a hacker contratada por Vanger para investigar a vida do jornalista antes do jornalista ser contratado para a investigação. Apesar de sua vida conturbada, de seu histórico de violência e seu jeito bem esquisito, a hacker de alguma forma conseguiu se conectar com Mikael e passou a observá-lo à distância, sempre acompanhando o que ele descobria no caso Vangel. Foi ela quem descobriu a ligação entre a lista de nomes de mulheres e a bíblia e enviou o que descobriu para ele por email. Ele nem fazia ideia de que estava sendo monitorado, mas acabou por chamar a moça para ajudá-lo no caso. Juntos, eles descobrem que a família Vangel tem muito mais segredos do que eles poderiam imaginar. E mais não vou contar para não estragar a surpresa.
O diretor Niels Arden Oplev escolheu muito bem os principais atores deste drama denso e tão cheio de nuances. A trama é intensa e as cenas fortes são necessárias e mostram o necessário: não há excessos. Não somente Nyqsvit quanto Rapace, que fazem a sensacional dupla Mikael e Lisbeth, estão ótimos em cena quanto os outros atores que encarnaram os integrantes da família Vanger. Ouvir um idioma tão sonoro e diferente do que estamos habituados a ouvir também aumentam o interesse pelo filme (devo dizer que vi a versão inglesa de 2010 primeiro, portanto o impacto todo da descoberta da história ficou marcada com a dupla Craig/Mara para mim). Essa versão tem muito mais detalhes ao final da história que fazem melhor gancho com o segundo filme do que o final da versão "blockbuster". Cheia de grandes expectativas, parto para a segunda parte dessa história que, com certeza, ainda tem muito mais para me surpreender.
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