
Passada esta estranha nova impressão (de que estava sendo manipulada descaradamente), vamos à trama. Xuxa é uma apresentadora de TV "super do bem" que até tem tempo para sair por aí pintando muros, porque segundo a campanha "Vamos deixar a cidade mais colorida", é só isso que é preciso para tudo melhorar. Infelizmente toda essa felicidade irrita nosso vilão, o residente dos esgotos, Baixo Astral (Guilherme Karan, roubando o filme). Para acabar com a festa, ele decide sequestrar cãozinho Xuxo, e consequentemente acabar com o alto astral de sua dona. É claro, que a moça sai ao resgate de seu mascote, em uma aventura cheia de desafios mágicos. Enquanto isso, o vilão multitarefas, decide ainda recrutar e treinar um novo capanga cujo o potencial é descoberto por causa de uma briguinha de criança.
Também não é mais imperceptível a semelhança com Labirinto e outros longas de fantasia da época (descubra mais sobre o plágio isso aqui). Entretanto o que realmente saltou aos olhos nesta sessão duas décadas mais tarde é que esses 20 anos a mais de experiência fazer diferença, até demais. Difícil crer que com olhos infantis não reparávamos que muita coisa não faz sentido. Dá até para fazer uma listinha:
- Se o sofá da Xuxa podia falar como Sandra de Sá, porque não deu um alerta quando os bandidos entraram na sala.
- Se Baixo Astral vive nos esgotos, porque para alcançá-lo Xuxa precisa entrar na TV, cruzar um muro, um deserto e escalar uma árvore para chegar no topo de uma montanha, que parece mais uma nuvem?
- Porque existe um macaco vestido de gari da Comlurbe? (varredores de rua da empresa carioca, para quem não conhece o palavreado da área). Aliais qual a função dele, do periquito e dos pássaros que vivem na árvore do conhecimento? Ou das pulgas de Xuxo, quem fim elas tiveram.
- Qual é a das crianças zumbis? E que métodos estranhos Baixo Astral usa para o recrutamento de seus capangas?
- E o que afinal o cristal fez com o Baixo Astral?

Ainda assim existem boas sacadas. Xixa apesar de copiada (e cheia de piadas acidentais de duplo sendtido) é divertida, e até bem manipulada em comparação com outros personagens. Já Karan rouba a cena, ao simplesmente se divertir com aquele mundo nonsense, no melhor estilo malvadeza por diversão. Entratanto, impagável mesmo, é a sequencia em que Xuxa fica presa na teia da burocracia. É absurdamente realista mesmo mais de 2 décadas depois! Infelizmente, sua solução que a heroína encontrou, se aplicada na prática, além de não funcionar, provavelmente só provocaria mais burocracia.

O roteiro não faz muito sentido, copia descaradamente faz referências não autorizadas a várias outras produções. Entretanto Super Xuxa Contra Baixo Astral, usa e abusa do carisma de Xuxa e Karan, além da suspensão de descrença de seu público alvo. A petizada abaixo dos 10 anos, tinha sua Rainha, muita música seres esquisitos e muitas piadas, como notar as inconsistências diante de tudo isso?
Não sei se funcionaria com a criançada de hoje em dia, que mal lembra da Xuxa naqueles DVDs "Só para baixinhos". Mas se você era baixinho, e agora como altinho que desfrutar de um pouco de nostalgia e até algumas gargalhadas sinceras (por motivos completamente diferente de quando assistia na infância), reúna uma galera. Garanto vão se divertir!
2 comentários:
E viva o pré-politicamente correto nos filmes infantis!
Incrível como esse filme conseguiu vender bem, se tornar um clássico, ter um vilão inesquecível e ainda passar mensagens de "moral e bons costumes" mostrando dedos cortados e palavras "feias".
Nenhuma criança ficou traumatizada após as filmagens (exceto que nunca mais dormiram tristes, por não querer ficar como o Baixo-Astral). ;]
Né! Qual o problema de uns dedinhos fritos, ou do cágado ficar cagado? Oficialmente na lista de tão ruim que é bom! :)
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