Booooom Diaaaaa Vietnãããã!!! Era assim que Adrian Cronauer (Robin Williams) iniciava seus programas, que revolucionaram a rádio do exército "estadunidense", feita para os soltados na Guerra do Vietnã. Veículo que supostamente deveria levar notícias e diversão pelos jovens que colocavam a vida em risco pelo país, naquela que foi provavelmente a mais equivocada empreitada militar dos Estados Unidos.
Mas é claro, que a rádio não exercia exatamente sua função. As músicas eram selecionadas à dedo. Velhos (e enfadonhos) clássicos apenas, deixando de fora o rock e a musica jovem da época. Provavelmente por que os jovens era os que mais questionavam esta guerra. Com as notícias a situação era ainda pior. Censura! Futilidades, e nada relacionado às perdas americanas, era só o que chegava aos ouvidos dos soldados.
Insubordinado, bem humorado e alheio às convenções, é na figura recém-chegada de Cronauer, à "area desmilitarizada" que o filme se baseia. Ele quebra às regras, leva diversão aos ouvintes, ganha fãs e se torna uma grande dor de cabeça à seus superiores que, não sabem lidar com sua popularidade aliada à insubordinação. Como se livrar de alguém adorado, sem se tornar o vilão?
Ao mesmo tempo Cronauer, anda por Saigon, conhece os "nativos. Desrespeita e e "aprende" os costumes do povo. Faz amigos, mistura culturas. É claro, também precisa lidar com as implicações dessa "socialização".
Tudo isso, em um filme simples, e com uma atmosfera relativamente leve, se considerarmos que a história se passa durante a guerra. Embora a batalha seja uma ameaça constante sob o pano de fundo. O longa ainda questiona o sentido da Guerra do Vietnã, dos conflitos em geral e relações humanas. Além de trazer boa música da época, afinal se passa em uma rádio.
A produção no entanto, não funcionaria sem o talento de Robin William, sua habilidade de comédia rápida e imediata com temas atuais (para a época, claro), e suas inúmeras vozes. O personagem é o protagonista e a alma do filme. É ele que dá o tom bem humorado, e também o mais pesado, nos raros momentos em que piada nenhuma melhoraria a situação. Cronauer, fica "embasbacado", sem ação diante a confusão e raiva diante do maior conflito do longa. E o expectador sente esta mudança brusca em seu bom humor.
Único que consegue se destacar sob a sombra de Williams é Forest Whitaker, ainda em processo de formação do ator oscarizado que conhecemos hoje. Seu personagem é uma espécie de side-kick, amigo, pupilo, e de certa forma uma esperança, nas forças armadas.
Bom Dia Vietnã! apresenta a Guerra do Vietnã, sob um ponto de vista original, mas nem de longe isento dos questionamentos que qualquer guerra impõe. Não, tenta dar sentido ao conflito, nem razão à nenhuma das partes. Mas, esclarece que até nessas situações, começar com um "Bom Dia" pode ser um incentivo e tanto.
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