O cenário atual é perfeito para as sagas fantásticas: quanto mais livros e filmes sobre magia aparecem, mais fãs eles agregam. E quanto mais fãs querendo ver suas sagas favoritas no cinema, mais vai haver adaptações. Eu já conhecia a saga do Caça-Feitiços de tanto pesquisar sobre outros livros do meu gênero favorito, mas ainda não li nada que Joseph Delaney escreveu. Então, foi com bastante curiosidade e expectativa que eu fui ao cinema ver O sétimo filho (The seventh son, 2015).
Queria me encantar pela estória e ver que tipo de magia haveria nessa saga. Me surpreendeu positivamente o começo, bastante promissor, em que testemunhamos algo muito maligno ser preso em um buraco na terra por um único homem. Depois descobrimos quem é o homem e o que foi que ele prendeu. John Gregory (Jeff Bridges, irreconhecível) foi quem prendeu A bruxa no buraco, protegendo com feitiços e esperando que ela nunca mais retornasse. Porém a Lua de Sangue emergirá depois de um século, então Mãe Malik (Juliane Moore) retomou seu poder e se libertou da prisão, e quando a lua estiver em seu ciclo completo, seus poderes serão ilimitados. Indo atrás de seu algoz, acaba por matar seu jovem aprendiz, William (Kit Harrington, a.k.a. Jon Snow). A ira de Gregory aumenta exponencialmente, mas ele agora tem pouco tempo para treinar um novo aprendiz para ajudá-lo a impedir que Malik destrua a terra.
Então ele foi à caça de um sétimo filho de um sétimo filho (fica subentendido que um sétimo filho
seria poderoso de alguma forma; e sendo uma segunda geração, seria mais ainda), um jovem chamado Thomas Ward (Ben Barnes, a.k.a. Príncipe Caspian) acaba sendo escolhido. Tom não gosta muito de sua vida no campo, e é assombrado por visões que não consegue explicar. Apesar de não gostar muito daquele estranho e mal educado homem que lhe comprou de seu pai, ele segue seu destino com a benção de sua mãe.
Até aí o filme vai bem, deixa bastante perguntsa para serem respondidas e a gente espera que os pontos todos tenham seus nós amarrados até o fim. Mas o que acontece é um pouco diferente. Muitos mistérios são desvendados, mas de forma apressada. Há uma fila de vilões menores, seguidores da Rainha Bruxa, e cada um renderia uma boa explicação e uma boa luta. Restou só ter boa luta, pois não havia tempo para desenvolver o romance do jovem com uma misteriosa bruxa, o passado de Gregory, o treinamento do Caça-Feitiço, o passado da mãe de Tom, a origem das visões...
Viu como é muita coisa pra pouco tempo? Uma pena, pois, assim como Percy Jackson das telonas, não conseguiu repetir o encanto com que Harry Potter cativou no público. Ao que parece o filme encerra toda a estória, porém a sensação ao sair da sala foi "poxa vida, esse sim merecia uma trilogia pra gente entender tudo com calma...".
Quanto ao elenco, achei bastante interessante a mistura de jovens galãs, pesos pesados nos papéis principais e rostos desconhecidos (e inexpressivos). Bridges arranca algumas risadas com seu personagem de humor ácido, coração endurecido e cajado ágil, mas em algumas cenas era difícil entender o que ele falava. Barnes consegue se sair bem, apesar de nada extraordinário, e a decepção fica por conta da recém-premiada com um Oscar Julianne Moore. A atriz caiu no mesmo erro de todas as grandes atrizes que interpretam bruxas malvadas/vilãs terríveis: ficou caricata. Mas, ainda assim, o filme é uma boa diversão. Os efeitos especiais são legais, embora não tenha achado tanta diferença na experiência em 3D. Só me resta agora ler os livros já sabendo, mais ou menos, o que vai acontecer.
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