O bebê de Bridget Jones (Bridget Jones' baby, 2016) é uma agradável surpresa para os fãs do primeiro filme que não ficaram tão fãs assim da continuação. Em tempo, mesmo aqueles que curtiram o segundo longa da solteirona mais amada (e disputada) do mundo, também irão se divertir com a sequência, que recuperou o tom despretensioso do início e conseguiu juntar um bom elenco em um roteiro bem ajeitado.
Bridget (Reneé Zelwellger, quase irreconhecível) está sozinha e abandonada de novo em seu apartamento em pleno aniversário. Em flashback, descobrimos como isso aconteceu. Todos os seus amigos mais antigos tem filhos e/ou algo mais importante para fazer, os novos do trabalho estão cada um curtindo sua solteirice e Bridget parece que não se recuperou ainda do término com Mark Darcy (Colin Firth, maravilhoso).
Para completar, ela ainda vai ao enterro de Daniel Cleaver (Hugh Grant, que não aparece no longa) e faz mais um dos seus tenebrosos discursos em público. Com a nova chefe no trabalho, mais nova e cheia de pose, ameaçando a estabilidade de todo mundo, abalada com a realidade de estar novamente solteirona aos 40, Bridget finalmente resolve arriscar.
Junto com a amiga Miranda (Sarah Solemani), apresentadora do programa que ela supervisiona, Bridget vai ao seu primeiro festival de música. Obviamente, ela não estava nem um pouco preparada. O desafio que sua amiga lhe propõe: transar com o primeiro cara que a abordar. Esse cara é Jack Qwant (Patrick Dempsey), e de cara eles se dão bem. Ainda relutante em aceitar o desafio da amiga, ela deixa a oportunidade passar e vai curtir o festival. Mas o destino parecia querer dar uma forcinha para Bridget e Jack.
Pouco depois, foi a vez de Bridget reencontrar Darcy. Durante o batizado de seu afilhado, eles, como padrinhos, acabam se reconectando. Mas para Bridget fica claro porque eles não deram certo, e antes que pudesse se magoar, ela vai embora. Depois dessa maratona emocional, ainda havia a pressão no trabalho. E tudo o que ela menos esperava era ficar grávida àquela altura do campeonato.
Ao descobrir o que acontecera, veio a dúvida: quem seria o pai? Quem era aquele Jack, que ela só vira uma noite? Será que, com um bebê na equação, as coisas poderiam se acertar com Mark? E no emprego? Como ficariam as coisas? Bridget não sabe, mas vai resolver tudo isso do jeito dela.
O bebê de Bridget Jones lembra bastante o primeiro longa da franquia, em que se propunha a ser uma comédia leve e até um tanto previsível, porém bem executado e resultando num filme acertado em que se propõe. O fato é que todos adoram as trapalhadas de Jones e como ela acaba sendo ferrenhamente disputada por dois homens maravilhosos (cada qual a seu jeito) e improváveis pares românticos. Com a idade dos personagens, surgem novos desafios e inseguranças - e essa nuance é bastante interessante, o que diferencia este filme dos outros do mesmo gênero.
Mas apesar de algumas situações realmente hilárias e participações especialíssimas de Emma Thompson e Ed Sheeran (que rendeu uma das melhores piadas do filme), o longa não supera algumas falhas importantes. O roteiro, apesar de enxuto, não surpreende de forma alguma. Há problemas sérios de continuação e maquiagem (os cabelos e rugas de Darcy podem mudar inclusive na mesma cena) e muitas situações acabam sendo variações do que deu certo antes.
Todo o elenco de apoio reaparece em algum momento, o que é fofo, mas ele não são tão relevantes na vida de Bridget quanto eram antes - e também não há destaque para os novos personagens. Algumas soluções são um tanto óbvias e até forçadas, além de o novo par romântico de Jones, Jack, não ser tão charmoso e irresistível quanto o anterior, Daniel.
Ironicamente, mesmo com vários fatores contra, o filme resulta em algo mais que satisfatório. Parece mesmo com a vida da personagem, que faz tudo errado e, no fim, acaba dando tudo certo. Vale pela nostalgia, pelas gargalhadas genuínas e pelo desfecho (um tanto previsível, admito) feliz. Mas, sabe como é... Nada dura para sempre.
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