Logan (Logan, 2017) é um filme ótimo que encerra com perfeição - e justiça - a trajetória cinematográfica de uma lenda: Hugh Jackman como Wolverine. Um dos mais amados (se não o mais amado) mutantes teve um representante de peso desde o início, mas a saga inicial dos X-Men e a trilogia solo do personagem ficaram muito aquém do personagem. Com este Logan, os fãs podem descansar em paz.
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Num futuro próximo, a raça mutante já foi exposta e está quase extinta. Wolverine (Jackman) sobrevive como um motorista de limusine sem muitas perspectivas - apenas fazendo o que tem que fazer e protegendo o maior mutante ainda vivo:Xavier (Sir Patrick Stewart). O Professor X já não é mais o mesmo, com a saúde bastante debilitada e ataques epiléticos que podem causar danos terríveis, vive isolado e protegido por Logan e Caliban (Stephen Merchant) num lugar afastado de tudo.
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Tudo muda quando uma mulher procura desesperadamente por Logan em busca de ajuda. Ela tem consigo uma criança, que ela jura estar sendo procurada. Tudo o que ela precisa é que ele as leve até o ponto de referência, e ela está disposta a pagar uma grande quantia de dinheiro pelo trabalho - o que seria suficiente para ele poder largar o subemprego e fugir com seus amigos. Mas os agentes que procuravam a criança acabam por interferir nos planos de paz do mutante.
Este não é um típico filme de herói, e exatamente por isso é excelente. Há uma preocupação enorme com o personagem, um carinho explícito na forma como se mostra a decadência dele. Sim, ele pode se regenerar - mas o tempo é cruel com todos. A química entre Jackman e a pequena Laura , que interpreta Laura, é perfeita. É o paradoxo perfeito da esperança e energia da juventude contra a resignação e resiliência da experiência. A interpretação de Stewart é emocionante: a fragilidade de Xavier e sua eterna confiança no melhor das pessoas arranca lágrimas até dos mais durões.
Mas não pense que o filme se deixa levar para o drama barato! Tem muito mais sangue e violência do que já se viu em qualquer filme dos mutantes (ou de qualquer heroi) antes - e a pequena Laura/X-23 (Dafne Keen) não é nem um pouco inofensiva. Ela, aliás,é uma pérola: calada pela primeira boa metade do filme (onde é apresentada como a arma em que foi transformada), mostra que ainda é apenas uma criança no momento mais importante. Uma criança especial, que aprendeu com os melhores, da pior forma possível.
Logan é absolutamente imperdível - mesmo para aqueles que nunca viram um filme sequer dos X-Men. Os detalhes técnicos são magistralmente conduzidos por James Mangold e criam uma obra empolgante, divertida e emocionante. No mínimo, inesquecível.
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