Eu já tinha tentado assistir a E o vento levou algumas vezes, nas madrugadas da Globo, mas sempre era vencida pelo sono (naquela época eu ainda dormia e acordava em horários considerados saudáveis). Só conseguia chegar até a parte em que Scarlett O'Hara diz sua frase mais célebre: "Jamais sentirei fome novamente!". E depois, confesso, não fiz muito esforço para ver o filme até o final. Uma pena.
Acho que esta foi a primeira vez em que consegui gostar da protagonista. E gostar aqui não significa ter simpatia por ela, porque Scarlett é uma adolescente mimada, uma jovem fútil, uma mulher amarga e uma senhora egoísta. E é justamente isso que torna a personagem tão fascinante, tão bem construída que dá gosto de ver. Aí a gente até perdoa aquelas caretas que a Vivien Leigh faz na primeira parte da trama, porque esse momento é só parte do jogo: a coisa fica mil vezes mais interessante quando ela tem que enfrentar o mundo de verdade, uma guerra no quintal de casa, vê gente morrendo e tem que lutar pra sobreviver. É uma delícia ver a transformação dela diante dos nossos olhos: de uma hora para outra, precisa aprender na marra que precisa ser mais forte do que a etiqueta permitia a uma dama naquela época. Mas perder o nariz empinado, jamais!
Aliás, os diálogos de Scarlett com Rhett Butler também são primorosos. Vamos combinar que Clark Gable não é assim tão bonito, mas não dá para deixar de torcer pelo capitão, que se mostra tão pedante e determinado quanto a nossa mocinha. Irresistível (e mais interessante que o almofadinha do Ashley). Azar dele que ela trate os homens apenas de acordo com seu interesse. Mas, se eles tivessem ficado juntos logo no início, não poderíamos assistir a cenas como a que ela, na completa miséria, resolve fazer um vestido com as cortinas de casa para impressioná-lo e conseguir algum dinheiro, claro. O cúmulo do orgulho e da prepotência, adoro.
O filme vale por um curso de roteiro: é tão bem amarrado que transforma filmes mais recentes de fundo histórico em aula primária tatibitate. As referências são sutis, mas mesmo quem não estudou a guerra civil americana na escola consegue entender perfeitamente as consequências políticas, econômicas e sociais do conflito para aquela sociedade. Tarefa dificílima. Junte aí os figurinos lindíssimos, a trilha sonora fantástica, os ótimos personagens secundários... O final é um tanto frustrante, mas vá lá, não é nada que tire o mérito dos outros 232 minutos. Filmaço, do tipo que faz falta hoje em dia.
Acho que esta foi a primeira vez em que consegui gostar da protagonista. E gostar aqui não significa ter simpatia por ela, porque Scarlett é uma adolescente mimada, uma jovem fútil, uma mulher amarga e uma senhora egoísta. E é justamente isso que torna a personagem tão fascinante, tão bem construída que dá gosto de ver. Aí a gente até perdoa aquelas caretas que a Vivien Leigh faz na primeira parte da trama, porque esse momento é só parte do jogo: a coisa fica mil vezes mais interessante quando ela tem que enfrentar o mundo de verdade, uma guerra no quintal de casa, vê gente morrendo e tem que lutar pra sobreviver. É uma delícia ver a transformação dela diante dos nossos olhos: de uma hora para outra, precisa aprender na marra que precisa ser mais forte do que a etiqueta permitia a uma dama naquela época. Mas perder o nariz empinado, jamais!
Aliás, os diálogos de Scarlett com Rhett Butler também são primorosos. Vamos combinar que Clark Gable não é assim tão bonito, mas não dá para deixar de torcer pelo capitão, que se mostra tão pedante e determinado quanto a nossa mocinha. Irresistível (e mais interessante que o almofadinha do Ashley). Azar dele que ela trate os homens apenas de acordo com seu interesse. Mas, se eles tivessem ficado juntos logo no início, não poderíamos assistir a cenas como a que ela, na completa miséria, resolve fazer um vestido com as cortinas de casa para impressioná-lo e conseguir algum dinheiro, claro. O cúmulo do orgulho e da prepotência, adoro.
O filme vale por um curso de roteiro: é tão bem amarrado que transforma filmes mais recentes de fundo histórico em aula primária tatibitate. As referências são sutis, mas mesmo quem não estudou a guerra civil americana na escola consegue entender perfeitamente as consequências políticas, econômicas e sociais do conflito para aquela sociedade. Tarefa dificílima. Junte aí os figurinos lindíssimos, a trilha sonora fantástica, os ótimos personagens secundários... O final é um tanto frustrante, mas vá lá, não é nada que tire o mérito dos outros 232 minutos. Filmaço, do tipo que faz falta hoje em dia.
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