Coisas estranhas acontecem em Santa Mira! Depois de uma temporada fora o Dr. Miles Bennell (Kevin McCarthy) retorna a sua cidade, a pedido de sua secretária. Nas ultimas duas semanas muitas pessoas estiveram a sua procura no consultório. Curiosamente quando chega, ninguém mais se sente mal, mas algumas pessoas se queixam: seus parentes não parecem ser eles mesmos. Aos poucos pistas criam uma suspeita, mais tarde uma certeza. Há algo de errado com as pessoas de Santa Mira.
Eu pensei que 'estadunidenses' eram paranóico na época da Guerra Fria, (época em que se passa a história e em que o filme foi feito) mas como pode? Uma cidade apresenta sinais de uma epidemia histérica e ninguém nos arredores percebe? Talvez seja a falta da velocidade da informação a que estou acostumada. Hoje em dia, se algo estranho acontece, cinco segundos depois todos sabem. Mas em 1956, demorou para alguém perceber, mas quando finalmente perceberam...
Desde que vemos o pequeno Jimmy (Bobby Clark) correndo pela estrada a tensão aumenta e não diminui mais. Aflição, essa é a palavra que impera. Primeiro estamos aflitos para entender o que se passa, depois sair o mais rápido dali. Eu disse estamos, pois o longa nos captura de tal forma que entramos de cabeça junto com os protagonistas.
Vampiros de Almas é "o filme de gênero", aquele que delimita como filmes com tema semelhante devem ser, daí por diante. Realmente perdi a conta de quantos filmes com mote semelhante já assisti, poucos porém tinha força suficiente para que eu lembre de seus nomes. Além das três refilmagens (que terão um post especial esta semana aqui no DVD, Sofá e Pipoca), o único cujo nome me veio a mente foi Prova Final de Robert Rodrigues.
Impossível não imaginar como seria horrível viver onde qualquer um pode ser o inimigo. Evitar a paranóia, e por consequência o total desespero que acaba por alcançar Bennell é ainda mais dificil. Contudo acho que a minha ainda é maior. Na boa, no lugar do Dr. Bennell, assim que o moleque entrou no consultório contando a mesma história estranha de Wilma Lentz (Virginia Christine), eu já teria me encaminhado para a Área 51 para pedir ajuda.
A única coisa que realmente me irritou foi a fragilidade da mocinha. Impossível Becky Driscoll (Dana Wynter) ser mais fraca. Na minha opinião ela desistiu muito fácil, vai ver por isso o primeiro marido a deixou. A falta de porte atlético da moçoila acabou resultando em um clichê (talvez só tenha virado cliche depois desse filme): Se está acompanhado em um filme de perseguição, não se separe. Nunca, mesmo!
Ao final uma pulga fica atras da orelha. Será que vão conseguir combater os invasores? A humanidade vai mudar para sempre? Ou os supostos aliados que Dr. Bennell encontra são apenas mais um truque, para que o ultimo habitante original de Santa Mira relaxe e finalmente caia no sono? Simplesmente adoro a dúvida. O final em aberto dando margem para imaginarmos os mais mirabolante desfechos.
Paranóias a parte, a Guerra Fria já acabou logo, se alguém que você conhece anda agindo de modo estranho. Não perca o sono, provavelmente é só a puberdade ou a crise de meia-idade!
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