Atenção detetives, apaixonados obsessivos e bisbilhoteiros em geral! Se sua técnica de espionagem consiste em ficar a 5 metros do alvo em um carro enorme e chamativo, e mesmo assim a vitima nem sequer desconfiou, é melhor você começar a desconfiar.
Se John 'Scottie' Ferguson (James Stewart), tivesse esse bom senso talvez não tivesse se envolvido em uma das tramas mais instigantes da sétima arte. Policial aposentado após ver um companheiro de trabalho cair do telhado, Scottie tem vertigens sempre que enfrenta algo mais alto que um banquinho. Mesmo assim aceita o trabalho proposto pelo amigo Gavin Elster (Tom Helmore). Ele deve seguir Madeleine Elster (Kim Novak), esposa do tal amigo que supostamente possui estranhas tendências suicidas estimuladas pelo fantasma da bisavó louca.
Algumas cenas misteriosas e algum trabalho de detetive depois, a moça pula na bahia de São Francisco. Forçando a aproximação de John, e abrindo espaço para um romance arrebatador. Daqueles que só é possível em filmes antigos. Mas nesse ponto aos mistérios já são muitos, e a história vai se complicando cada vez mais.
Só que não vou escrever nada disso nessa resenha. Afinal, perderia toda a graça para quem ainda não viu. Além do mais, as reviravoltas da trama ficam muito mais apetitosas com o suspense elevado ao máximo.
E como tem reviravoltas! Cheguei a pensar comigo mesmo - Peraí, vai com calma! Assim não vai dar tempo de encerrar a história nos 128 minutos que o filme tem. Mas o roteiro é agil! Tanto que além de se resolver muito bem, ainda sobra tempo para as brincadeiras da curiosa Midge (Barbara Bell Geddes). Não entendi direito a necessidade dela na trama, (talvez uma ligação de John com o mundo real), mas me diverti as pampas com sua presença. E para um pesadelo psicodélico, que não era visto desde que Dumbo ficou de pileque.
Dois filmes! Foi tudo que precisou para eu aprender duas coisas. Primeira, Hitchcock é o cara! E segunda, nunca guarde souvenirs de um assassinato.
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