Nunca fui muito fã de filmes de guerra, apesar de ter alguns na minha lista de "exceções". E Casablanca (Casablanca, 1943) entrou para essa minha seleta lista. Talvez eu não concorde que esse seja o "melhor filme de Hollywood de todos os tempos", mas que é muito bom, isso é. Os diálogos são realmente espertíssimos, não tem o que tirar: são limpos, necessários, eficientes, emocionantes. A interpretação de Humphrey Bogart é impecável. Richard não é nem bom, nem mau; nem frio, nem insensível. Só tem aquela casca grossa e impenetrável que os anos de fuga e um coração partido revestem o indivíduo para que ele não se machuque de novo. Absolutamente perfeito.
Confesso também que às vezes me perco nas narrativas de filmes políticos: não consigo acompanhar quem é aliado de quem, quem é inimigo de quem, quem faz o quê pra quem. Mas nesse filme, não me perdi um minuto sequer. A trama é complicada, bem engendrada, mas é passada com clareza - aí eu dou todos os créditos às falas curtas, são essenciais. Quem me dera todo roteirista assistisse Casablanca antes de tentar fazer um filme de guerra!
E, sim, mesmo em um filme de guerra, ainda há o glamour da Hollywood de antigamente. Os close-ups de Ilsa (Ingrid Bergman, aquela que chora somente com o olho esquerdo) são sempre captados por uma câmera especial que capta um brilho difuso, um efeito lindo que faz as grandes atrizes parecerem ainda mais lindas, mais "divas". E nas cenas em que ela se lembrava de Paris, e olhava sonhadoramente para o homem que ama, ela parece ainda mais apaixonada. Clima perfeito.
Vai negar que ela não parece mais diva com essa luz?
Uma ótima experiência assistir a esse clássico. O filme é quase todo passado dentro de um bar, o Rich's Café Americáin. Lá são servidas as doses certas de romance, música, tragédia, cinismo, sutileza, inteligência. Somos brindados com essa obra, altamente recomendada (e com razão) a todas as pessoas de qualquer idade. Aprecie sem moderação.
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