Foi-se o tempo em que um filme de Harry Potter iniciava com o logo da Warner, sendo atravessado por corujas em um céu azul. Em as Relíquias da Morte - parte 1, até o logo é decadente, sombrio e enferrujado. O longa é o mais diferente da saga, com sua atmosfera tensa e contemplativa.
Logo nas primeiras cenas assistimos ao trio, Harry (Daniel Radcliffe), Ron (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson), se preparando para uma longa de difícil jornada. Dumbledore está morto e Harry,sempre acompanhado por Ron e/ou Hermione, precisa terminar seu trabalho, encontrar todas as partes da alma de Voldermort e destruí-las. Enquanto o resto do mundo tenta sobreviver aos desaparecimentos, interrogatórios e invasões realizados pelos seguidores do Lorde das Trevas, que conseguiram se infiltrar no Ministério da Magia e mesmo em Hogwarts.
O armário sob a escada agora, parece pequeno e distante. É ate difícil encara-lo como o problema que era, viver nele, lá no primeiro longa. Agora, eles precisam abrir mão de coisas simples, como perfume, o mínimo de conforto, e até companhia. Sensação bilhantemente expressada com uma única fala, ao chegar ao largo Grimauld: Estamos sozinhos!
Estamos sozinhos, literal e figurativamente! |
Abordando apenas cerca de 60% do livro, o longa tem tempo de sobra para explorar o clima de tensão, solidão e, as vezes, até um pouco de desesperança de três adolescentes que precisam deixar tudo e todos para trás e tomar as rédeas de suas mais que complicadas vidas. Sem no entando se entregar completamente a desesperança, e usando a amizade para isso, como na supra-mencionada cena de dança entre Harry e Hermione. Um acréscimo delicado e muito bem vindo. Um prato cheio para Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint mostrarem que depois de dez anos interpretando Harry, Hermione e Ron estão confortáveis com suas personagens e aprenderam a atuar. Grint se sai melhor, intercalando momentos dramaticos e sombrios com seus já usual alívio cômico.
Melhor ser malvado sem chefe! |
Sobra mais tempo também, para os personagens secundários, para observarmos as atividades dos personagens das trevas, e para as histórias paralelas necessárias para o desenvolvimento da trama principal. O que inclui uma cena animada, sobre o Conto dos Três Irmãos, história presente no livro infantil Os Contos de Beedle, o Bardo e com relevânte importância para a trama.
Nota-se que até para os Malfoys a vida era melhor sem Voldermort (Ralph Fiennes). Seja através do desepero e barba por fazer de Lucius (Jason Isaacs), ou pela relutância de Draco (Tom Felton), que provavelmente descobriu que a vida de comensal não é nem um pouco parecida com praticar bullying na escola.
Cenas de ação, embora escassas são de tirar o fôlego e compensam aqueles que não ficam tão confotáveis com as longas cenas em que nada, a não ser a tensão e o tom de urgência, acontece. Cusioso é que durante a batalha contra Nagini em Godrics Hollow, sempre que a briga vai para casa vizinha, imagino: aquele é o quarto de bebê de Harry, onde ele ganhou a cicatriz. - Se a conexão é uma loucura da minha mente, ou a escolha do cenário foi proposital, só perguntando a David Yates.
Mas, nem só de tensão e ação se faz um bom filme (e embora Azkaban seja meu favorito, adimito: este é a obra prima!). A inspirada, e impecavelmente executada, cena dos 7 Harrys merece ser revista algumas vezes, apenas para identificarmos cada um dos personagens trasmutados na pele de Radcliffe. A produção se esforçou para através dos movimentos identificarmos, a identidade verdadeira de cada um dos clones. Genial!
Fred e George estão idênticos! |
Outras obeservações interessantes, são o misnitro da magia "do mal", alto e magricela, parece saído de uma animação stop-motion de Tim Burton.E não importa quantas vezes você assista, sempre vai pensar em uma loja de roupas ao ouvir Belatrix (Helena Bonhan Carter) proferir, em qualquer idioma, a fala: de mulher pra mulher.
O Retorno de alguns personagens, dão uma idéia de continuidade. Deve ser bom, para quem não leu os livros, lembrar que Madam Maxine, Fleur e Umbrige ainda existem e seguiram com suas vidas. Mas nenhum retorno é tão comovente quanto o do elfo doméstico livre Dobby. O personagem digital nos faz rir de seu modo de pensar, aplaudir sua atitude e chorar por ele em um intervalo de minutos. Muito ator de carne e osso não é capaz de tal proeza.
Palmas para Dobby em quase todas as salas de cinema! |
O único grande furo aqui, é o tal caco de espelho que Harry carrega em sua meia. Sim ele existe no livro, e tem um propósito no ultimo longa. Mas na saga cineatográfica ele apareceu sem explicação alguma. De onde veio? Desde quando Harry está com ele? O interessante é que eu que li o livro fiquei incomodada, mas quem acompanha pelo cinema nem tomou conhecimento. Ou ficou com vergonha de perguntar.
Colocando prós e contras na balança, o longa é ótimo. Diferente e inteligente, uma ótima introdução para o gran-finale!
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