Agora ferrou de vez! Dumbledore (Michael Gambon) morreu, Snape (Allan Rickman) é um traidor declarado e Harry (Daniel Radcliffe) tem que encontrar quatro horcruxes que contém um pedaço da alma de Voldemort (Ralph Fiennes) e dar um jeito de matar cada uma delas para, enfim, conseguir chegar inteiro e matar Você-sabe-quem para que haja paz no mundo. Simples, não?
Não, nada simples. E Harry descobre isso da pior maneira: várias perdas no meio do caminho, inclusive a de Olho-Tonto (Brendan Gleeson) e de sua amada coruja Edwiges (que, convenhamos, teve um fim mais digno no filme que no livro - aqui ela está livre e morre defendendo Harry de um Comensal, no livro a pobrezinha é atingida por uma maldição da morte dentro da gaiola em que estava sendo transportada). O tempo está sendo cruel, e Harry sabe que não terá chances de eliminar Voldemort se não destruir as horcruxes. Mas como achar uma coisa que você nem sabe nem o que é e nem faz ideia de onde está?
Harry Potter e as relíquias da morte parte 1 (Harry Potter and the deadly hollows part1, 2010) conta o início dessa busca: Harry, Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) estão no mundo, fugindo de Comensais e do próprio Voldemort. estão perdidos, sem pistas, sem noção do que estão fazendo. mas com a certeza de que precisam continuar buscar, para que haja uma chance de derrotar, de uma vez por todas, o Lorde das Trevas. Recolhendo informações mínimas (o símbolo das relíquias da morte, a notícia de que Dumbledore morava em Godric's Hollow - onde Harry havia nascido e seus pais haviam morrido, saber que tinha que procurar por 4 horcruxes - duas foram destruídas, o anel e o diário, e a outra estava perdida) e os espólios do testamento de Dumbledore para cada um deles (um desiluminador para Rony, um livro de contos para Hermione e o pomo de ouro para Harry), o trio teve que fugir às pressas do casamento de Gui (Domhall Gleeson) e Fleur (Clémence Póesy) e viram que não seria nada fácil manterem-se vivos antes de achar uma horcrux. O trio passa por poucas e boas até descobrir o paradeiro das horcruxes - inclusive se separa por um bom tempo.
O filme é longo e detalhado, apesar de não ser exatamente fiel ao livro. Harry era para estar disfarçado no casamento, por exemplo. Mas nem por isso deixa de ser um bom filme. Tudo foi bem dosado - humor, drama, tensão, efeitos especiais. Salvo as falhas no roteiro, o filme seria um espetáculo. As sequencias de humor são ótimas, e destaco os sete Harrys na sala e o trio disfarçado invadindo o ministério atrás da horcrux verdadeira que Mundungo (Andy Linden) vendeu à Umbridge (Imelda Staunton). Das cenas de ação, destaco o ataque de Nagini à Harry e Hermione quando os dois estavam em Goddric's Hollow (nojenta e bem feita a cena em que a cobra sai de dentro da já falecida Batilda Bagshot [Hazel Douglas]) e a fuga do trio, fugindo dos sequestradores. Os efeitos especiais também merecem destaque, principalmente na parte em que Hermione começa a contar a fábula dos três irmãos possuidores das relíquias da morte. A animação utilizada é refinada e muito bonita, além de trazer um pouco de encanto de volta ao filme.
Também dá um nó na garganta ver, logo no início, Hermione efeitiçando os próprios pais para que eles se esquecessem completamente de sua existência - uma escolha difícil, mas necessária, para protegê-los de Voldemort. E como não chorar com a morte do querido elfo doméstico Dobby? Uma das cenas mais emocionantes de toda a saga, me arrisco a dizer. Uma cena importante, emotiva, que marca a virada do jogo: enquanto Voldemort finalmente descobre que a Varinha das Varinhas existe e estava em posse de Dumbledore quando ele morreu e vai buscá-la, Harry se preocupa em enterrar dignamente o elfo que lhe salvara a vida tantas vezes e em planejar o próximo passo. A cena final, de Voldemort violando o túmulo branco de Dumbledore e tomando para si a Varinha das Varinhas é de deixar qualquer um ansioso pelo próximo capítulo.
Pesando prós e contras, achei o filme bastante eficiente. Contou o que devia, porém com algumas falhas - e algumas bem graves, a meu ver. Também achei um pouco lento demais - tudo bem que era pra demonstrar o quanto osmeninos estavam perdidos, sem direção, mas foram partes extremamente "sacais". A não ser a desengonçada dancinha de Harry e Hermione e a parte em que coseguem obter a espada de Griffindor, foi tudo arrastado demais. Esse tempo poderia ter sido melhor utilizado explicando alguns pequenos pormenores de outros pedaços da história, ou dando mais importância a outros - alguém mais concorda que a perda de Olho-Tonto foi muito mal exprimida? No fim das contas, eu gostei. Até porque já estava esperando um final meio inconclusivo mesmo, com uma peça faltando para o encaixecom o início da segunda parte. Quem já leu os livros, sabe o que esperar - e nem por isso fica menos ansioso por ver como tudo vai terminar.
0 comentários:
Postar um comentário