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Um final digno e emocionante


Se fosse um filme só, Harry Potter e as relíquias da morte correria o sério risco de ser um fiasco. A decisão de dividi-lo em duas partes foi acertadíssima, e é fácil perceber isso quando se chega ao tão esperado fim da saga com um longa desse nível. Tem ação? Tem, sim, senhor. Mas tem também muita emoção. E romance. E humor. O grande duelo gerou imensa expectativa, mas antes de Harry e Voldemort se enfrentarem pela última vez, é possível perceber como essa longa jornada modificou a vida de muita gente.

Depois de recuperar mais uma horcrux em Gringotes, numa passagem tensa e ao mesmo tempo divertida, com Hermione numa versão bem-educada de Belatrix Lestrange, o trio volta a Hogwarts atrás dos objetos que faltam. Agora sob o comando de Snape (mais ameaçador que nunca, mas sempre divertido, graças à ótima atuação de Alan Rickman), a escola mais parece um quartel. Ao saber da presença de Potter, ele não pensa duas vezes antes de atacar, mas é impedido pela chegada da Ordem da Fênix e da surpreendentemente corajosa prof. McGonagall. Aliás, Maggie Smith merece um elogio à parte: sempre discreta nos outros filmes, ela rouba a cena neste longa no sensacional duelo com o novo diretor. E ainda provoca risos ao conjurar o Piertotum Locomotor, que dá vida às estátuas para proteger o castelo: "Eu sempre quis usar esse feitiço!". 


Tão surpreendente quanto é a postura de Neville, o outrora desajeitado e tímido aluno da Grifinória. Foi ele quem assumiu o comando da AD durante a resistência, e agora não leva desaforo pra casa. Além de lutar bravamente na defesa de Hogwarts, ainda faz o discurso mais corajoso do filme, diante do próprio Voldemort. Quanto orgulho os Longbottom deviam estar sentindo! Já Rony, como sempre, garante alguns dos momentos mais engraçados do filme, como na hora em que corre atrás de Draco e seus capangas gritando: "Ela é minha namorada, seus imbecis!". Ela, para quem não sabe é Hermione. Os dois se acertaram finalmente (ufa!), numa cena tão apressada que chega a ser cômica. Mas não compromete diante de tudo que ainda estava por vir.

Apesar de muita coisa ser resolvida nesse filme, como o último capítulo de uma novela, o longa não parece apressado. Ao contrário, Yates conseguiu manter bem o clima de apreensão do início ao fim, mesclando bem as sequências de ação e cenas que nos preparavam para a grande batalha. É nítido nos rostos de cada um a preocupação, o medo e até a resignação diante do que está por vir. O que é uma pena é que alguns personagens queridos, como Tonks, Lupin e Jorge, perdas bastante sentidas no livro, aparecem apenas de relance. Eles mereciam um pouco mais. Mas o espírito da batalha está lá, no rosto abatido e no sentimento de culpa de Harry ao ver o castelo destruído, tantos mortos, tantos feridos.


Mas nenhuma perda dói mais que a de Snape, o melhor personagem criado por J.K. Rowling. Aquela morte horrível, autorizada com frieza pelo próprio mestre, "Você tem os olhos da sua mãe". E sem ninguém para chorar por ele. Sim, porque Harry só descobriria toda a verdade graças às memórias do professor, as revelações mais importantes e mais emocionantes de toda a história. E Potter recebe essa quantidade de informações assim, de uma vez só. E a gente fica tão atordoado quanto ele, que não tem tempo de refletir nem se lamentar. Hora da despedida, Harry. Agora é com você. Se você não tem um coração de pedra, derramou uma lagrimazinha.


Diante de tudo isso, confesso que o encontro cara a cara com Voldemort, embora bem realizado, até perdeu em importância. Valeu mesmo por ver Harry chamando o bruxo que todos temiam mencionar o nome por... Tom. Talvez eu deixasse de fora os bate-papos com os mortos, incluindo Dumbledore do lado de lá, mas isso sou eu. Tem gente que gosta. Eu me emocionei mesmo foi 19 anos depois, quando o mais novo aluno de Hogwarts está prestes a embarcar no trem. Um garotinho nomeado em homenagem aos dois bruxos mais corajosos que seu pai já conhecera. Outra lágrima. Se bem que essa pode ter sido também porque era o fim. Vai saber.


1 comentários:

Fabiane Bastos disse...

Não foi o Fred q morreu? E o George ficou s/ orelha? Problema sério não consigo imaginar os 2 como pessoas separadas, hehehe

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