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Prazer, Charles Chaplin!

É difícil desassociar a imagem, doce e atrapalhada do pobre vagabundo e lembrar que Charles Chaplin é uma pessoa de verdade. E é isso que Chaplin (1992), lembra logo na primeira sequencia, ao mostrar seu protagonista deixando a imagem em preto e branco, tirando a maquiagem, o chapéu, a bengala e os sapatos para apresentar o homem por trás do mito. E sua vida foi tão atribulada quanto as trapalhadas de Carlitos.

Britânico de origem humilde começou a trabalhar cedo nos palcos, substituindo a mãe cantora que tinha problemas mentais. Passou por instituições de menores, conseguiu trabalho no teatro, e em uma turnê chegou aos EUA. Lá se tornou Carlitos, diretor, compositor, produtor, roteirista,....Casou-se várias vezes, mas apaixonou por aquela terra que ainda o considerava um estrangeiro. Humanista foi considerado comunista e expulso da terra do Tio Sam, para onde voltou décadas depois para ser homenageado.

À certa altura do filme (e provavelmente da vida real)  Chaplin menciona que a melhor maneira de conhece-lo é através de seus filmes. Não quero discordar de Chaplin mas, assim como não dá para se ter uma visão ampla do longa com Robert Downey Jr, pelo parágrafo anterior, é impossível conhecer uma pessoa apenas por seus trabalhos, especialmente se esta viveu 88 intensos e atribulados anos.

Tanto é impossível, que se você sabe pouco ou nada da história do artista, é muito provável que fique meio perdido com o vai-e-vem de personagens, que passam pela vida de nosso protagonista. Mas este é o único ponto fraco do filme.

Robert Downey Jr. (mais de uma década antes do Homem de Ferro),  não apenas uma entrega versão fiel das acrobacias físicas e expressões faciais das personagens mudas, mas também nos apresenta uma pessoa de verdade completamente diferente do que reina no imaginário coletivo. Ao menos da minha geração, não posso dizer nada daqueles que acompanharam sua carreira em tempo real, acompanhando as manchetes de jornal. Para quem nasceu nos anos de 1980, Chaplin = Carlitos, e pronto.

Mas ele era, teimoso, desbocado e tinha preferência por moças bem jovens. Esta última característica o filme bem que tenta justificar ao escalar Moira Kelly para interpretar dois papéis: o amor platônico da juventude e sua última esposa, com quem viveu por mais tempo, e até o fim da vida. Passando a ideia de que ele buscava por Hetty Kelly, em todas aquelas jovens, e a encontrou em Oona O'Neill. Romanceado, é verdade, mas crível, embora desnecessário. Não precisamos de ajuda para simpatizar com o protagonista.
Moira como Hetty
Moira como Oona

Chaplin também era determinado, criativo (inclua aí algumas idéias loucas), e humanista o que, somado ao seu temperamento impulsivo e ao cenário político da época foi mal interpretado. Resultado: hostilidade e exclusão do país que mais se beneficiou com suas obras - coisa feia hein "estadunidenses"!

Mas não foi só os EUA, que Chaplin fez sorrir em momentos difíceis. Ele gostava do fato dos filmes mudos serem universais, e por isso relutou muito para migrar para o cinema falado. São esses, outros detalhes das produções dos filmes que vão deliciar os cinéfilos. Entender o mundo, e as pessoas que fizeram aquelas obras, por que as fizeram, se seu impacto no mundo. Reconhecer cenas reproduzidas de filmes que conhecemos também é muito divertido.

O diretor, Richard Attenborough, ainda encontra tempo para brincar com a linguagem cinematográfica e colocar aqui e ali cenas típicas de filmes mudos. Como as sequencias bem humorada de fuga, do menino Chaplin no orfanato, ou já adulto escondendo um dos filmes que seria "confiscado" por uma de suas esposas. Trombadas, disfarces bobos, velocidade alterada, inconfundível!

Uma ótima forma de (re)conhecer quem sempre esteve em nosso imaginário e perceber que aqueles que mais nos fazem rir não tem uma vida só de alegrias? Mas tem uma vida, com problemas e bons momentos, assim como a maioria de nós do lado de cá das telas.

3 comentários:

Alysson disse...

Grato, desculpe eu não quis importuna-las mas eu só fiz a cobrança porque em nenhum momento o banner de vocês saiu do meu blog e só questionei pq vi aqui semana passada e não vi meu banner exposto em seu blog.desde já agradeço a compreensão e desculpe qualquer coisa. Abraços!

ANTONIO NAHUD disse...

A vida de Chaplin realmente é uma loucuira, cheia de altos e baixos.
Fabiane vc anda sumida, apareça. Estou sempre por aqui.

O Falcão Maltês

Fabiane Bastos disse...

Alysson: Blz, só tente pegar mais leve da próxima vez. Seu banner não aparecia semana passada pq estava c/ defeito, não aparecia no site de nenhum de seus parceiros, e nem mesmo no seu!

Antonio: Não sumi não! As vezes não da tempo de comentar ou responder, mas estou sempre por aki. Cedo ou tarde dou sinal de vida, rs.

Chaplin já é minha cinebiografia favorita. Que Vida!

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