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Violento sim, escapista não

O filme desta semana eu já conhecia. Assisti Sin City nos cinemas, em 2005, sozinha. Não. Eu não era uma solitária anti-social, mas meus usuais companheiros de tela não estavam interessados. Achavam que era apenas outro filme de pura violência, cujo único diferencial era ter um visual diferente. Eles não poderiam estar, mais enganados. Felizmente!

É claro que é super-violento, afinal é a cidade do pecado. E sim o visual que segue o estilo monocromático dos quadrinhos, é o primeiro chamariz (talvez o segundo, atrás do elenco), mas está longe de ser o único. E mesmo este chamariz óbvio ausência de cor, traz muito mais conteúdo que conseguíamos perceber na época.

Baseado na série homônima de Frank Miller traz três histórias completas, fiéis visual e narrativamente, aos originais em quadrinhos. Além de uma breve introdução, que na verdade foi produzida para convencer Miller a ceder os direitos, mas ficou tão boas que entrou na versão final.

Três histórias completamente independentes, sem a necessidade de chegarem em um clímax, sentido ou final conjunto. A ligação entre elas? Todas se passam e Basin City, todas trazem os conceitos deturpados daquele lugar. E as pessoas "se esbarram", como figurantes nas histórias umas das outras. Não é uma cidade muito grande afinal.

A violência, não é uma grande questão. Ao menos não para eles. Matar é comum, o que vai te tornar mocinho ou bandido é o propósito com que o faz, ou ainda, se existe algum propósito. A sensualidade e as paixões exacerbadas, seja por uma pessoa, hábito ou modo de vida, guiam as ações dos moradores de Sin City. E consequentemente as tramas. E leva ao estremo os prós e, principalmente, os contras de ser humano.

Um elenco estelar competente completa o quadro, com Bruce Willis em boa forma, e finalmente assumindo que poderia ser um vovô. Mickey Rourke provavelmente o protagonista com melhores intenções em todo o filme, em oposição à a sua nada agradável aparência. O machão com muitos sentimentos expressados pela narração/pensamento, de Clive Owen, soou um pouco piegas para meu gosto. Mas segue o estilo de todo longa, dos quadrinhos e ainda resulta na impagável cena com Benício Del Toro e dirigida por Tarantino. Elijah Wood, em uma versão simples e assutadora especialmente quando geralmente o relacionamos com "fofo" hobbit.

E ainda temos as mulheres, muitas mulheres. Sensuais, fortes e até protetoras, nunca são às protagonistas, mas é sob a influência de sua presença que os "machões" tomam uma atitude. Mesmo no curto prólogo.

E apesar de tudo isso, minha parte favorita ainda é o visual. Ao mesmo tempo fiel aos quadrinhos (que não apenas era preto e branco, mas excluis os tons de cinza também), e eficiente nas telas. Tarefa difícil, que ainda conseguiram melhorar ao fazer o uso da cor para ressaltar o que devemos sentir. Seja na fascinação pela dourada Goldie, para aumentar o "ar angelical" de Alexis Bledel em seus olhos azuis, ou aguçar o nojo pelo bandido amarelo. 

Após sete anos da primeira vez que o assisti, Sin City ainda gera a mesma fascinação mórbida, seja pela técnica ou pelo comportamento humano. Pena foi eu precisar esperar tanto tempo para poder aproveitar tão interessantes discussões.

2 comentários:

Hugo disse...

Mesmo não sendo fã dos quadrinhos para comparar, o filme é muito bom, provavelmente o melhor de Robert Rodriguez.

Até mais

Fabiane Bastos disse...

Concordo em gênero número e grau!

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