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Ana e a cantoria


Ana (Kerr) ensinando costumes ocidentais aos príncipes e princesas do Sião
Engraçado que nós terminamos o mês Musicais da Brodway, mas os musicais não querem sair daqui do blog. Uma grata surpresa que esta filmagem de O rei e eu (The king and I, 1956) tenha sido um musical baseado na montagem da Brodway para o livro de Margaret Landon Ana e o rei (que, aliás, tem uma versão não musical concorrendo como filme bônus, confere lá o post dos concorrentes). Com uma montagem altamente teatral, uma produção de figurino impecáveis, e usando de muito bom humor, o filme é bastante divertido. Um filme leve e divertido, boa pedida pra uma tarde preguiçosa, quando se quer ter uma boa desculpa pra comer pipoca.

Ainda no navio em que chega ao Sião, Ana Leonownes (Deborah Kerr, ótima em cena) e seu filho Louis (Rex Thompson) recebem um aviso do capitão: ali não será fácil de viver. Viver como o rei manda quase nunca é agradável pra alguém que não seja o próprio rei. Ana resolveu aceitar o desafio de ensinar inglês e costumes ocidentais aos filhos do rei de Sião após ter se tornado viúva. Para isso, se mudou de mala e cuia para lá, afim de continuar dando um sentido à vida. Lá chegando, o primeiro contato com a realeza siamesa é com Kralahome, o primeiro ministro do rei. Já causa estranheza que ele apareça seminu (gente, ele só tava sem camisa...), mas dava pra perceber o contraste de costumes já de início. As dificuldades de se lidar com a vaidade do rei, de ver que as promessas são cumpridas conforme a vontade dele - Ana ficou sem a casa prometida para ela, tendo que viver com o filho junto das esposas do rei - a quantidade enorme de filhos que ela teria que ensinar... Tudo era muito diferente. Ensinar que o Sião era um pequeno país na imensa Ásia uma vez que eles estavam acostumados a ver mapas que só retratavam o próprio país e o faziam parecer muito maior (questão de comparação), era bem mais complicado do que parecia. Mas aos poucos, ambos se adaptaram. Tanto Ana quanto os príncipese princesas, e até mesmo o próprio rei, se encontraram e se adaptaram. Ensinando o rei a repensar seus costumes e conquistando a todos com sua simpatia, Ana estava bem no Sião até que houve a visita de alguns diplomatas ingleses. Com ele, veio Edward, um antigo namorado e um respiro de civilização em meio a tanta estranheza de costumes. 

Tal pai, tal filho: o Rei e o principezinho
E não é que o empertigado e arrogante rei ficou com ciúmes? Carente de atenção, pediu para que ela o ensinasse a dançar e ainda queria obrigá-la a se manter com a cabeça mais baixa que a dele (Ana era ligeiramente mais alta que o rei), o que rendeu boas gargalhadas com cenas de "o-que-o-mestre-mandar". E então, surpreendentemente, o filme se encaminha para um fim trágico e melancólico. Uma das esposas do rei ainda era apaixonada por outro rapaz de sua província e tenta fugir com ele após uma apresentação de teatro organizada por ela (baseada em um livro sugerido por Ana). O casal é pego, o rapaz é morto e a moça ia ser torturada pelo próprio rei em pessoa. Num acesso de fúria, e contrafeito com a postura rígida de Ana - que o condenou por querer castigar a menina. Ele acaba por não castigá-la, mas sua alma está. Ele já não faz o que quer, não sem antes pedir a opinião de uma mulher... O rei não aguentou, e ficou doente. Aliás, isso não ficou bem explicado: o rei já tinha alguma doença antes ou ele ficou mal depois da discussão com Ana? E então temos o trágico fim, com a morte do rei. Um fim brusco e triste para um filme tao colorido e divertido, infelizmente, mas nem isso estragou o conjunto.

A primeira impressão que tive do filme, logo aos primeiros minutos, foi a de ver uma peça de teatro encenada. Os cenários são extremamente detalhados e coloridos, usando e abusando dos contrates de cor. É tão bonito que dá pra entender porque Ana logo se encantou por lá. E obviamente existe aquele pequeno prazer de ver atuações exageradas e que hoje soam caricatas, mas que são grande parte de se ver filmes antigos. As músicas são realmente bonitas, e muitas tem coreografias muito bem executadas. O bom humor que permeia todas as cenas com o rei fanfarrão de Yul Brynner são impagáveis. O requinte é tanto que é possível assistir uma peça inteira de teatro tailandês (para os desavisados, o Sião se transformou em Tailândia) dentro do filme. A cena é tã bonita que eu não resisti a por aqui um trechinho para que vocês vissem.



Achei um pouco de exagero o filme estar entre os 25 grandes musicais americanos de todos os tempos. Mas ainda assim, considero imperdível.

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