A princesa e o robô tem praticamente a minha idade, e eu nunca tinha ouvido falar desse filme. Ignorância minha, claro, mas também um pecado. Porque o longa de animação já tem quase trinta anos (ops, denunciei a balzaquice) e continua sendo entretenimento dos bons para os pequenos. Cresci lendo as historinhas da Turma da Mônica, e é uma pena que eu não tenha tido essa referência na minha infância. E é uma pena maior ainda saber que uma geração inteira não tem acesso à obra porque ela não foi lançada em DVD.
O roteiro é de uma simplicidade extrema, mas as referências é que tornam tudo mais divertido. Um robozinho apaixonado entra num torneio para disputar a mão da princesa Mimi, mas é vítima de um golpe do terrível Lorde Coelhão e acaba caindo na Terra. Para conseguir se casar com seu grande amor, precisa viajar até a estrela Pulsar para encontrar um coração. Um quê de O mágico de Oz? Um embrião de Wall-E? Um misto de ficção científica com filmes de cavaleiros medievais? Um pouco de tudo isso, devidamente pontuada pelo que mais amamos na Turma da Mônica: a eterna raiva da dentucinha, a gulodice da Magali, o medo do Cebolinha, as invencionices do Franjinha...
Talvez os truques do vilão ou as lições de moral já não encham os olhos dos grandinhos: o filme é feito assumidamente para as crianças. Mas não dá pra negar que uma animação brasileira tenha seu valor, especialmente na formação de futuros cinéfilos e também de profissionais do ramo. E também não dá pra negar que a história tem seu charme. Onde já se viu o Anjinho armando um golpe para convencer a turminha a ajudar o robozinho? E o nosso protagonista sacando uma arma (de brinquedo, claro!)? E o Lorde Coelhão "torturando" a princesa Mimi com intrigas, insinuando que seu amado tinha se apaixonado por uma outra? "Ela é dentucinha como eu!", soluçava a coelhinha. Aliás, eu já contei que todo esse imbróglio se passava num planeta chamado Cenourano, povoado exclusivamente por coelhos? Ah, é divertido, vai! E faz um bem danado revisitar sua infância de vez em quando.
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