Jill (Streep) e Isaac (Allen): tema subaproveitado |
Que os fãs de Woody Allen, os intelectuais e quem gostou desse filme me perdoem, mas não consegui gostar de Manhattan (Manhattan, 1979). A história é um tanto simples, e gira em torno de Isaac Davis (Allen), um escritor recém divorciado que está paranóico com o que a ex-mulher Jill (Merryl Streep, deslumbrante) está para publicar: tudo sobre sua vida de casado. Tendo ela se descoberto homossexual, e tendo a guarda do filho do casal, a insegurança do escritor só aumenta. Aliás, esse seria um tema interessante de ser explorado no filme, mas foi completamente subaproveitado. O enfoque todo vai para o egocêntrico (e chato) personagem de Allen. O quanto ele é infeliz no trabalho, o quanto é infeliz por ter sua vida exposta num livro, o quanto é infeliz por isso, por aquilo... A única coisa que o faz se sentir melhor é ser o mundo para a jovem Tracy (Mariel Hemingway), sua namorada. Absolutamente apaixonada, ela não se importa de sair com os amigos do namorado e ficar completamente deslocada na conversa: enquanto eles discutem intelectualidades, a jovem está preocupada em chegar em casa e dormir, porque tem prova no dia seguinte.
As coisas complicam mais ainda quando Isaac conhece a amante de seu melhor amigo Yale (Michael Murphy), Mary (Diane Keaton). No começo eles não se dão muito bem, mas alguns encontros depois, encorajado pelo próprio Yale, eles já estão se envolvendo. A situação fica complicada demais: apaixonada por Yale (que é casado, diga-se), Mary se apaixona por Isaac, que ainda está envolvido com Tracy. Mary termina com Yale e Isaac com Tracy, e quando tudo parece ir pelo caminho certo, eis que Mary tem uma recaída por Yale. Isaac perde o chão, e quando tenta voltar para Mary, ela já está de malas prontas para ir para Londres estudar. No fim das contas, a mais madura de todos é a jovem: na última conversa com Isaac, ela fala que não pode abandonar seus estudos por ele, que foi ele mesmo quem a aconselhou a ir para lá... E o filme termina com uma careta de Woody Allen, olhando direto para a câmera, como quem diz "é, fazer o quê?". Confesso que fiz a mesma cara que ele e me perguntei a mesma coisa...
1 comentários:
A história é um ciranda de amores típica dos filmes de Allen, que nem todos os cinéfilos gostam.
Mesmo para quem não curte Allen, o filme tem pontos positivos como a bela fotografia em preto e branco e a homenagem a Manhattan, com seus pontos turísticos sendo utilizados como cenário.
Até mais
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