Eu não conhecia os X-Men. Quadrinhos são caros, e o desenho dos anos de 1980 além de ser exibido no horário que eu estava na escola, tinha um traço exageradamente musculoso que não me chamava atenção. Em outras palavras, eu era uma não iniciada no universo mutante. E o filme de Brian Singer foi a minha introdução neste mundo.
Uma introdução muito bem feita considerando, o orçamento e a fé que os produtores tinham no sucesso de um filme de quadrinhos naquela época. O baixo orçamento é visível na produção, mas também é visível o empenho para o filme dar certo.
A começar pelo roteiro simples e eficiente. Uma garota e um "fora da lei", são atacados por um cara com aparência animalescas, e salvos por um cara com um óculos esquisito e uma moça de peruca feia. Quando o "fora da lei" um tal de Wolverine (Hugh Jackman) acorda está em uma escola exclusiva, para pessoas que como ele tem habilidades especiais. Lá o Professor Xavier (Patrick Stewart) nos apresenta os dilemas dos mutantes, que além de não serem bem vistos pelos humanos "normais", e lutarem com políticos por seus direitos, ainda estão divididos em 2 grupos. E um deles tem uma forma muito mais agressiva de agir, de acordo com as experiências de seu líder Magneto (Sir Ian McKellen). Magneto tem um plano agressivo para "libertar" a espécie superior. E cabe ao grupo comandado por Xavier, evitar que uma guerra surja daí.
Simples assim, apresentação+dilema+heróis salvando o mundo. Funcionou para não iniciados, como a blogueira que vos escreve. É claro sempre haverão fãs xiitas, que reclamarão da ausência de seu favorito do enorme elenco mutante, ou ainda os uniformes "estilo Matrix", nada coloridos. Mudanças acertadas e necessárias para tornar o universo crível para uma audiência maior.
Acertada também é a escolha do elenco além de McKellen, Stewart e Jackman, nomes na época menos conhecidos, mas empenhados ocupavam papéis menores, que poderiam ou não ganhar espaço mais tarde. Uma Halle Berry, pré-oscar, divide espaço com Famke Janssen, James Marsden e Rebecca Romijn-Stamos. Com um pouco mais espaço Anna Paquin, é a única estudante "em ação", já que os poderes de Vampira são necessários à narrativa.
Uma aventura simples, despretensiosa e bem executada. Provavelmente beneficiada pelas baixas expectativas em relação à filmes de super-heróis da época. Pretendia apenas ser um bom filme, e baseado no título nacional "X-Men - o filme" talvez nem tivesse pretensão de ganhar sequencia, virar franquia ou ainda dar novo fôlego ao gênero "filmes de heróis".
Conseguiu tudo isso, e muito mais. Atraiu novos fãs, divertiu (a maioria dos já iniciados) e nem precisou usar toda a equipe para isso!
0 comentários:
Postar um comentário