Os X-men: timão, ê-ô! |
Rever X-men - O filme (X-men, 2000) para o blog me fez entender porque teve tanto fã reclamando dele na época do lançamento. Mas, leiga que era naquele momento, eu lembro de ter adorado. Meus conhecimentos mutantes se resumiam ao que conseguia me lembrar do desenho animado que via quando criança - e nele já eram X-men adultos, com uniformes amarelos e lutando contra sentinelas. A memória engana, e eu não sabia mesmo muita coisa além disso. E, para mim, o filme funcionou como um filme de ação e uma espécie de vestibular: dava pra sentir que eles estavam mostrando o básico que a gente precisava saber para continuar acompanhando eventos que viriam a seguir.
Responsável pelo enfim triunfo financeiro dos super-heróis nas telonas - e abre-alas para a enxurrada de títulos que vieram em seguida, um sucesso maior que o outro - X-men nada mais é do que um crash course no mundo mutante. As apresentações são muito rápidas, não dá tempo de explicar como cada um se conheceu, como formaram as alianças, como o mundo descobriu os mutantes, nada. Tudo fica meio subentendido, porque precisam dar a cabo a história do filme. Pegando carona no passo apressado com que o filme conta a história dos mutantes, faço aqui meu resumo do roteiro: os mutantes lutam no Senado americano pelo direito de não se exporem em público, sem muito sucesso; Jean Grey (Famke Janssen, apática) e Charles Xavier (Patrick Stewart, uma ótima personificação do Professor X) tentam em vão defender o ponto de vista mutante, mas são engolidos pelo discurso inflamado do senador Kelly (Bruce Davison); Magneto (Sir Ian McKellen, também conhecido como Gandalf, o Cinzento) tem motivos de sobra para não querer ser "catalogado" novamente: no início do filme vemos como foi que o garoto Eric Lehnsherr descobriu seus poderes mutantes em um campo de concentração nazista; logo Magneto vai precisar recrutar a jovem Vampira (Anna Paquin, fraquinha) para dar cabo do seu plano de transformar a nata da política americana em mutantes. Logicamente, os X-men aparecem no fim para salvar o dia e a América.
Wolverine (Jackman): o carcaju saiu da jaula para salvar o dia |
Mas o filme não explica muito mais sobre os outros mutantes - e a gente fica meio perdido, tentando descobrir quem é quem, quem faz o quê. A Tempestade (Hale Berry) é praticamente uma figurante, e me lembro de ela ser uma das minhas favoritas justamente por ser uma das mulheres mutantes mais poderosas. Sério, se ela tem 5 falas nesse filme, foi muito - e a peruca que arrumaram para ela também era sofrível. Pelo menos foi melhor que o Dentes-de-Sabre, esse só teve direito a uns grunhidos. E deu-se muita importância aos personagens Wolverine (Hugh Jakman, que nasceu pra interpretar o carcaju) e Vampira - obviamente eles eram peças-chave para a resolução do problema do roteiro. Ela, por seu poder de absorção de poderes, era peça principal no plano de Magneto - ele iria usar a garota para ativar o equipamento que cria o campo magnético que transformaria os humanos em mutantes, e ele por ser o gancho para o segundo filme da série. O triângulo amoroso Jean, Wolverine e Ciclope (James Marsden, outro figurante de luxo) também pode ser visto como um fio condutor do que viria a ser uma trilogia.
Magneto (McKellen): um daqueles vilões que a gente ama odiar - ou odeia amar |
No fim das contas, o filme é só isso mesmo. Uma rápida apresentação da equipe, da mansão Xavier, do potencial terror que Magneto causaria com seu desprezo pelos humanos. As cenas de ação não empolgam tanto quanto deveriam - embora os efeitos especiais de cura do Wolverine compensem; os mutantes não mostram todos os seus poderes. Apesar de saber que são muitos os mutantes importantes, com histórias pessoais maravilhosas e que causariam muito impacto e desdobramentos, e que não dá para por todos eles no mesmo filme, a gente sente falta de ver os heróis favoritos na tela. Ficava o tempo todo me perguntando "cadê o Gambit?", "o McCoy só vai aparecer ali?", "e o Noturno?". Apesar de tudo, o roteiro foi bem amarradinho, mesmo não sendo brilhante. A melhor coisa que esse filme fez pra mim foi me incentivar a conhecer a história dos X-men a fundo. Nesse sentido, esse filme cumpre bem o seu papel.
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