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Fragmentado



Fragmentado (Split, 2017) tinha tudo para ser a volta por cima do diretor M. Night Shyamalan, mas ficou de recuperação por um décimo. O tema é bastante intrigante: no corpo de um homem habitam 23 personalidades, totalmente distintas em várias formas. Elas parecem sob controle, mas o que aconteceria se uma resolvesse tomar o controle? Esse é o mote principal, mas alguns detalhes bobos impediram esse bom filme de ser ótimo.

Dennis (McAvoy): uma das muitas - e mais sombrias - personalidades de Kevin
Casey (Anya Taylor-Joy) é uma menina problemática, vive isolada dos colegas de escola, mas acabou sendo convidada para a festa de aniversário de Claire (Haley Lu Richardson) - o que causou estranhamento até em Marcia (Jessica Sula), melhor amiga de Claire. Quando o pai da garota oferece carona para levá-las até em casa, algo estranho acontece. Um homem totalmente desconhecido sequestra as garotas e as leva para um porão super bem cuidado. Temendo pelo pior, as melhores amigas entram em desespero - Casey, porém, usa seus conhecimentos de caça que aprendeu com o pai e o tio para se manter viva. Elas logo descobrirão que Dennis, o sequestrador, é só uma pequena parte do problema.

Paralelo a isso, temos a história do próprio sequestrador e suas múltiplas personalidades. A doutora Karen Fletcher (Betty Buckley, excelente) atende a seu paciente Barry (James McAvoy), uma das muitas personas que vivem em Kevin. Ela parece fascinada com o rapaz, tanto que procura usá-lo como exemplo para suas palestras de Transtorno de Identidade Dissociativo. Por estar ajudando-o há muitos anos, ela percebe que algo não está indo bem. Ela calmamente tenta descobrir o que está acontecendo, tentando evitar o pior - mas talvez já seja tarde demais.

Barry (McAvoy) em consulta com a dra. Fletcher (Buckley): os melhores em cena
É interessante acompanhar o desenrolar da trama, embora o espectador mais atento já saiba o que vai acontecer. Há muitos pontos frágeis nessa produção, embora dois pontos fortes sejam o suficiente para sustentar o longa até o fim. As interpretações inspiradas de Betty Buckley, que fez da doutora uma personagem memorável (uma mistura de deslumbramento e profissionalismo que vai se provar desastrosa) e de James McAvoy, que está espetacular na construção dos personagens - especialmente na transição entre eles - são, com certeza, o ponto alto do longa. As jovens atrizes que formam as vítimas de Kevin são, no máximo, medianas - e isso enfraquece demais. Chega uma hora que a gente até para de torcer para elas se salvarem. Taylor-Joy, que interpreta Casey, é a melhor das três porém fica apenas na média num filme onde as atuações de peso contrastam gritantemente com as mais fracas. 

Casey (Taylo-Joy): atriz tem potencial
O próprio McAvoy acaba exagerando em algumas cenas, mas aí eu culpo diretamente o diretor: é típico dele arrastar a trama para colocar toda a ação no momento de clímax, porém a opção pelo susto gratuito e os clichês de terror não foi a melhor escolha. Há formas mais criativas e emocionantes de se trabalhar o jogo de gato e rato do que fazer o predador correr de um lado para outro de um corredor estilo os desenhos do Scooby-Doo. Até o tema latente do “quem é o verdadeiro monstro?” que chegou a ser rascunhado nas entrelinhas do roteiro pareceu meio banal depois dessa cena. Outro ponto frustrante foram as tão faladas 23 personalidades, mas que nós só conhecemos uma meia dúzia. Ao que tudo indicava, havia ainda mais escondidas - e pelo ator escolhido, a gente tem certeza que daria para os outros aparecerem sem problemas. Aliás, seria esse o motivo delas não aparecerem?

A cena exagerada: não precisava disso pra ser aterrorizante
Para os fãs, há uma aparição surpresa, um easter egg e aquela pegadinha no final - parece até uma cena pós-créditos, só que faz parte do fim do filme - e deixa uma pulga atrás da orelha. Mas ainda assim, o filme será memorável apenas pela atuação de McAvoy. De qualquer forma, é bom ver que o mesmo espírito de suspense de O Sexto Sentido e Sinais está de volta. Quem sabe no próximo ele consiga acertar em cheio.

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