Z - A cidade perdida (The lost city of Z, 2017) é um filme bastante pretensioso: retratando o misterioso desaparecimento de um explorador britânico na Floresta Amazônica após se convencer de que lá havia uma cidade perdida civilizada, muito anterior à Europa. Retratado como um visionário, preocupado ora com a proteção cultural do lugar, ora com a disputa de verdadeiro descobridor de um achado arqueológico, o longa de James Gray - baseado no livro de David Grann - prende a atenção, mas não cativa o espectador.
Percy Fawcett (Charlie Hunnam, de Sons of Anarchy e Rei Arthur - A Lenda da Espada) é um cara que luta contra o destino. Pai de família que nunca obteria honras nem um cargo melhor no exercito por conta da herança paterna (seu pai havia desgraçado o nome da família por perder tudo no jogo), sonhava com a oportunidade de dar uma vida melhor para seus filhos. Quando já estava conformado que não seria possível construir nada melhor para a família que construía com a esposa Nina (Sienna Miller), surge a inesperada chance de ouro: explorar a Floresta Amazônica, mapeando a área para o governo inglês. Se sobrevivesse, seria a chance de recuperar o nome da família e garantir uma vida melhor para sua amada.
Costin (Pattinson): explorador e sensato |
Embarcando na perigosa missão, sem nenhuma garantia de que sequer voltaria vivo, conhece Henry Costin (Robert Pattinson) e Arthur Manley (Edward Ashley) - que vão se transformar em seus maiores amigos. Sobrevivendo ao calor e às adversidades, o grupo finalmente dá cabo de sua missão. Ao voltar para a Inglaterra, Fawcett encontra entusiastas e descrentes de sua descoberta. Um apoiador, o também explorador James Murray (Agnus McFayden), resolve financiar e participar de uma nova exploração - que não vai dar muito certo, principalmente por causa dele. Enquanto ele persegue seu sonho, sua mulher fica em casa, cuidando dos filhos, esperando que ele lhe dê a oportunidade de acompanha-lo em suas aventuras. Passando por mais poucas e boas, enfrentando dúvidas e desconfianças, perdas e reveses, ele segue obstinado até as últimas consequências.
Percy (Hunnam) e a tribo indígena: nem tudo foi tão pacífico |
Uma estória com certo apelo porém pouco conhecida por nós, onde o interesse dos europeus sobre terras amazônicas é retratado não apenas como explorador de riquezas materiais, acaba sufocada em meio a soluções apressadas e confusas. A passagem de tempo entre as expedições é sinalizada em legendas com a data, mas a sensação de tempo transcorrido é muito diferente: por exemplo, a primeira expedição parece muito mais longa do que realmente foi; e na parte mais crucial da trama, tudo parece acontecer muito rápido.
Percy (Hunnam) e Jack (Holland): viajando para encontrar seu destino |
Salvo o desempenho do elenco - com destaque para Tom Holland, o novo Homem-Aranha, e Robert Pattinson, que defende bem seu personagem taciturno - o longa torna-se pouco cativante. Quem for ao cinema sem saber o que o espera, vai se perguntar qual é o principal foco do filme: é um filme de exploradores/desbravadores? Um filme de guerra? Um drama familiar? Outras incongruências (desde problemas de continuidade a indefinições estranhas, como a cena do relatório de Fawcett ovacionado e vaiado no conselho) também deixam o público meio em suspenso - principalmente se pensarmos que, com suas 2h30min de exibição, as coisas poderiam ter sido melhor construídas.
Nina (Miller) e o pequeno Jack: vivendo as agruras de ser mulher no início do século XX |
A enorme vontade de construir um épico fica evidente, principalmente nas cenas da selva. A crítica internacional parece ter gostado bastante, talvez por causa do fator "exótico"; mas, cá entre nós, eu não curti muito. Achei interessante, inclusive, ouvir palavras em bom português no longa (a fronteira entre Brasil e Bolívia é a região explorada por Fawcett), porém ainda senti um olhar mais distanciado do que aproximador das duas culturas (a europeia, civilizada, e a selvagem, sul-americana). O final grandioso expressa exatamente isso: é um tanto questionável e pouco emocionante, uma versão romantizada do possível motivo do desaparecimento do explorador que não deve convencer o público da mesma paixão que permeou a vida de Percy. Uma pena.
1 comentários:
Tom Holland é excelente ator, amei muito nesse filme. É umo dos jovens atores que melhor se veste e a tem a carreira em crescimento, a vi faz pouco tempo em Homem aranha de vola ao lar e é algo diferente ao que estamos acostumados com ele, se vê espetacular. Ancho que em o Homem Aranha filme sua carreira de ator começa a decolar. É um filme bom com boa história
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