A primeira impressão que se tem é que este é um filme europeu. Mas a narração em bom português já no começo do filme vem para te ambientar: uma cidade do interior, um jovem filho de um francês e uma brasileira, tem sua vida totalmente transformada depois que o pai vai embora de casa sem dar nenhuma explicação. A ausência do pai causa uma profunda mudança na família - como lidar com aquela sensação de perda e seguir em frente?
Esse é o dilema de Tony Terranova (Johnny Massaro), um jovem que vivia tranquilo na cidadezinha de Remanso e fora estudar na cidade grande e se formar professor. Ao retornar, ele descobre que seu pai, Nicolas (Vincent Cassel), havia abandonado a família e voltado para a França, sua terra natal, sem dar maiores explicações. Sua mãe, Sofia (Ondina Clais), fica sem chão - porém tenta manter a normalidade. Esse vácuo, essa sensação de que a vida nunca mais será a mesma, parece contaminar toda a rotina dos dois.
Esse é o dilema de Tony Terranova (Johnny Massaro), um jovem que vivia tranquilo na cidadezinha de Remanso e fora estudar na cidade grande e se formar professor. Ao retornar, ele descobre que seu pai, Nicolas (Vincent Cassel), havia abandonado a família e voltado para a França, sua terra natal, sem dar maiores explicações. Sua mãe, Sofia (Ondina Clais), fica sem chão - porém tenta manter a normalidade. Esse vácuo, essa sensação de que a vida nunca mais será a mesma, parece contaminar toda a rotina dos dois.
Paco (Mello) e Tony (Massaro): como conviver sem Nicolas por perto? |
Buscando apoio em um dos melhores amigos do pai, Paco (Selton Mello), Tony começa a perceber que é preciso seguir em frente. Ele pode, e deve, continuar seu caminho e aproveitar a vida. Conhecer o amor, educar os mais jovens, ajudar a própria mãe a sair do buraco. E é isso que ele tenta fazer. Assim ele se envolve com a família Pereira: seu aluno Augusto (João Prates), tão ávido para conhecer os prazeres do amor que o impactam diretamente; Luna (Bruna Linzmeyer), a amiga que adoraria ser "algo mais" com ele; e Petra (Beatriz Arantes), a jovem mais bela da cidade - e que abala as estruturas de Tony.
Então Tony começa a reestruturar a vida, porém ele descobre que nem tudo o que ele sabia sobre o sumiço do pai era verdade. E, como o próprio Tony comenta no início do filme, eu não posso falar o que é. Melhor deixar que o público descubra e se encante. As personagens são tão delicadas e fortes, e Selton Mello fez um excelente trabalho ao manter uma aura quase onírica, mas ao mesmo tempo bastante consciente das emoções dos envolvidos. Emoções reais, de dor, abandono, alegria, descoberta trazem esses personagens cativantes para perto de nós.
Então Tony começa a reestruturar a vida, porém ele descobre que nem tudo o que ele sabia sobre o sumiço do pai era verdade. E, como o próprio Tony comenta no início do filme, eu não posso falar o que é. Melhor deixar que o público descubra e se encante. As personagens são tão delicadas e fortes, e Selton Mello fez um excelente trabalho ao manter uma aura quase onírica, mas ao mesmo tempo bastante consciente das emoções dos envolvidos. Emoções reais, de dor, abandono, alegria, descoberta trazem esses personagens cativantes para perto de nós.
Petra (Arantes) e Luna (Linzmeyer): as belas irmãs que rondam os pensamentos de Tony |
Todo o elenco está à vontade com seus personagens, e destaco a pequena mas impactante participação de Ondina Clais. A forma como sua Sofia reage à ausência do marido, o amor de sua vida, é algo impressionante - sutil e forte, assim como é o filme. Johnny Massaro também entrega um personagem bastante crível, com inseguranças e certezas que qualquer jovem teria ao regressar e encontrar seu pequeno mundinho desabado. Os deliciosos toques de humor são muito por conta do personagem Augusto, que tem outra função na trama - ser a pequena pedrinha que detona a avalanche.
A direção sensível de Selton Mello, a fotografia quase mágica de Walter Carvalho, a belíssima produção de arte - que reproduziu uma cidade do interior gaúcho nos anos 1970 com perfeição, e a bela estória inspirada no livro de António Skármeta (autor chileno que escreveu "Um pai de cinema", que inspirou esse longa, e "O carteiro de Pablo Neruda", que inspirou outro clássico do cinema, o filme "O carteiro e o poeta") fazem de O filme da minha vida uma experiência imperdível. Como os bons filmes, nos transporta para uma outra época, outra vida, outro jeito de ver a vida. Lindo é pouco.
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