Dumbo (Dumbo, 2019) chega aos cinemas nesta quinta, 28, cumprindo a missão de atualizar um dos maiores clássicos da animação dos Estúdios Disney: acrescentando personagens humanos e uma trama dramática ao mundo circense onde o orelhudo vive suas aventuras, o longa de Tim Burton tem um roteiro de poucas surpresas, mas bastante eficiente e que homenageia o original em detalhes sutis.
Holt (Farrell) e os filhos Milly (Parker) e Joe (Hobbins): recomeçando a vida ao lado do filhote da Sra. Jumbo - que ainda não tinha nome |
As crianças Milly (Nico Parker, filha da atriz Thandy Newton) e Joe (Finley Hobbins) aguardam o retorno do pai, Holt Farrier (Colin Farrell), junto de seus amigos - que se tornaram sua família - circense. O circo dos Irmãos Medici já teve dias melhores, mas suas atrações enfrentam as dificuldades mantendo-se unidas. Holt retorna da guerra mutilado, o que compromete ainda mais seu show com cavalos: além de ter perdido a esposa e parceira de picadeiro, até os cavalos foram vendidos por Max Medici (Danny DeVito), o dono do circo. Sua nova função, agora é tratar dos elefantes - em especial da Sra. Jumbo, que espera um filhote para breve.
Milly ajuda a dar banho em Dumbo: vida nova depois do talento descoberto |
Almejando lucro, Max anuncia que o filhote será uma atração para o circo. Ao nascer, o bebê elefante tem as orelhas muito maiores do que o normal e se mostra bastante atrapalhado (o que não é nada promissor para um futuro artista de circo). Mas em um pequeno incidente, o pequeno Dumbo descobre que pode usar suas enormes orelhas para voar e, com a ajuda da família Holt, consegue se apresentar no picadeiro e evitar que a apresentação seja um fracasso - o sucesso, aliás, desperta a atenção do ganancioso Valentine Vandevere (Michael Keaton). Dono da Dreamland, um conglomerado de atrações circenses que ele garimpa pelo país, ele acredita no potencial do pequeno elefante voador como a maior atração de seu circo e não medirá esforços para obtê-lo.
Vandevere (Keaton) e Max (DeVito): duas formas de viver do espetáculo |
A primeira coisa a impressionar no filme é a qualidade dos efeitos digitais. O elefante Dumbo é extremamente realista, e a emoção está garantida com seus expressivos olhos. O visual circense e ligeiramente sombrio é de encher os olhos: cenário, maquiagem e figurino não são menos do impecáveis. Detalhes inesquecíveis do original, como o ratinho usando as mesma roupinha de Timóteo (que, no longa de 1941, era o melhor amigo de Dumbo) e os elefantes dançantes (como na alucinação de Dumbo), são fofos e de identificação imediata para os fãs. Mas, apesar de ser o protagonista da estória, Dumbo divide os holofotes da ação com a família Holt.
Os efeitos especiais são incríveis, e as reações humanas de Dumbo soam orgânicas enquanto emocionam o público |
A personagem Milly é uma inspiração para meninas: ela busca respostas na ciência para ajudar seu novo amigo, e não se deixa levar pelas influências ou descrença alheia - ela continua a acreditar em seus sonhos. Sendo esse um grande acerto, os personagens de Joe e Holt ficam um pouco frouxos. Os outros personagens do circo, tanto de Dreamland quanto do Irmãos Médici, ficam meio descartados: de fato, não vemos muito deles antes do momento em que são cruciais para a ação. A sensação é que, em meio a tantos talentos, nenhum se destacou - e o mesmo se diz para o elenco, recheado de grandes nomes porém com atuações apenas satisfatórias.
Milly entre o sonho (representado por Max) e a realidade (representado por Holt): o sonho possível |
Dumbo é, portanto, uma boa versão para a estória do elefante voador mais amado da ficção. A mensagem de respeito às diferenças, amizade, coragem e superação ganha uma roupagem nova e eficiente, contextualizando a fábula para o século 21 enquanto mantém o charme dos anos 1940 em seu design.
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