Por Ana Beatriz Marin
A história de Giácomo Casanova (1725-1798) já foi contada inúmeras vezes no cinema. Conquistador incorrigível e de natureza libertina, suas peripécias amorosas foram mostradas por nomes como Heath Ledger, Marcello Mastroianni e Donald Sutherland. Nesta nova produção, O Último Amor de Casanova, de Benoit Jacquot, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (26), o foco são os momentos finais de vida do italiano e as lembranças da única mulher que de fato amou 30 anos antes... e não teve.
Estabelecido na corte da Saxônia, o personagem (vivido por Vincent Lindon) narra a uma jovem que o visita a tal desventura amorosa. O longa então retrocede três décadas e localiza Casanova na Londres de 1770, onde é obrigado a se exilar e conhece a jovem Marianne de Charpillon (Stacy Martin). Inicia-se a partir desse encontro um jogo de gato e rato que não conduz a história a lugar algum. Ora Marianne parece ter interesse apenas no dinheiro de Casanova, ora dá a impressão de realmente sentir algo por ele. A expectativa é que, ao longo da trama, tal dubiedade se esclareça. Mas nada acontece. Da forma como é apresentada, a relação que os dois estabelecem não faz sentido algum.
Dito isso, fica difícil entender até mesmo como Casanova se apaixona por ela. É de se esperar que uma pessoa tão experiente na arte da conquista não caia num jogo de sedução tão raso. As sequências silenciosas entre os dois, criadas talvez para gerar uma tensão sexual, também não ajudam, pois Stacy e Vincent não soam convincentes e suas expressões carecem de emoção. À medida em que o longa avança, o desconforto aumenta.
No final, ficam as perguntas: o que Marianne de Charpillon realmente quer com Casanova? Por que inicia o jogo de sedução, mas sempre recusa qualquer tentativa de aproximação por parte dele? O que o roteiro escrito por Jacquot e Jérôme Beaujour quer realmente contar? O Último Amor de Casanova não responde a nenhuma das perguntas...
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