Quando embarquei no desafio de assistir 50 filmes esse ano, eu já sabia que não gostaria de todos. Não imaginei no entanto que sentiria uma vontade louca de abandonar um deles pela metade. Assisti a 8½ até o fim, mas precisei de muita força para manter a narração nas mais de 2 horas de filme.
O cinema adora falar dele mesmo. Neste filme assistimos o diretor Guido Anselmi (Marcello Mastroianni) enfrentar a maior crise de inspiração de sua vida, enquanto dezenas de personagens entram e saem de cena, fazendo exigências, e perguntas sobre seu próximo filme. A confusão do cineasta é tanta que ele começa a misturar sonho e realidade deixando o que já era complicado, impossível.
Peraí, quem é essa mesmo? A amante ou a estrela? - Perdi as contas de quantas vezes me fiz perguntas similares. Culpa do constante entra e saí de personagens. São tantos que mal podemos decora-los, imagina então simpatizar com eles. Todos falam muito alto. As falas são corridas e sobrepostas, ou seja, todo mundo fala ao mesmo tempo, gerando um tumulto irritante em cena. E depois de uma longa e difícil narrativa entre cortada por sonhos, Felini nos entrega o final em aberto. Afinal o que Guido fez?
A salvação são as cenas oníricas onde vemos os delírios e o passado de Guido. Em especial a sequência do motim feminino, onde o personagem enfrenta todas as mulheres de sua vida, ao mesmo tempo. O pesadelo de qualquer homem.
Confuso e apático, se era o objetivo do diretor ou eu ainda não tenho maturidade para entendê-lo, não consegui descobri. Quem sabe daqui a alguns anos? Uma pena, eu queria muito gostar de 8½.
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