
Só mais tarde fui descobrir que David Lean planejou que a música fosse executada sozinha, sem projeção, na abertura, no intervalo e no fim do filme. E a cópia em DVD a qual estava assistindo respeitou o desejo do diretor. Creio que o objetivo era criar uma atmosfera adequada. Se isso não é o exemplo perfeito de outros tempos, não faço ideia do que seja. Uma época onde se deveria ter tempo para ver o filme e acompanhar a história em seu próprio ritmo. Admito, a maior dificuldade ao ver Lawrence da Arábia, foi encontrar 4 horas livres e contínuas em um mesmo dia para assisti-lo.
O ritmo é lento (um pouco demais para meu gosto), para ampliar a experiência de acompanhar a saga de Lawrence, aproveitando cada detalhe cada paisagem deslumbrante do deserto. Artificio que funciona! Podemos admirar o deserto em sua magnitude e conhecer sua crueldade a ponto de sentir sede mesmo estando do outro lado da tela.
Aceitar uma missão, crescer com ela, subir tão alto a ponto de a queda ser inevitável, e após isso se reerguer, encontrar e aceitar a batalha no qual entrara. Só por isso a história merecia ser contada. Descobrir que T. E. Lawrence realmente existiu, só torna a personagem e sua jornada mais interessantes. Alguém passou mesmo por algo parecido!!!

Lawrence da Arábia é uma história de uma vida interessante, bem contada, rica em detalhes e belas imagens. Contudo, essa riqueza confere ao épico, um ritmo ao qual cinéfilos pós Star Wars e Matrix, não estão muito acostumados, especialmente na primeira parte do longa. O jeito é se acomodar bem, superar o desconforto e abraçar o ritmo do deserto. Faça isso e vai poder apreciar um tipo de cinema que não se faz mais nos dias de hoje.
0 comentários:
Postar um comentário