Queria muito dar uma de intelectual e dizer quais são as referências que encontrei em Um cão andaluz, seus significados e o que os diretores quiseram dizer com tais e tais cenas, blá blá blá. Mas eu também não entendi muita coisa da história. Aliás, muitas vezes, não entendo nem os meus sonhos! O último que eu tive, aliás, foi bem surrealista: a minha mão se dividia em duas partes, que não se encaixavam, teriam que ser grudadas com cola ou coisa parecida. Descrever é meio difícil, mas daria uma ótima imagem, não?
Pois, para mim, surrealismo é isso. Apesar de, como minhas colegas de blog, adorar uma história bem contada, umas pitadas de irreverência e criatividade fazem muito bem ao cinema, sim senhor. Lembro que já havia visto o curta antes, mas uma cena específica tinha me marcado: a da navalha nos olhos. É forte, é chocante, e é inesquecível. Quantos filmes você tem visto ultimamente que tenham tido alguma imagem tão única?
Já reclamei disso no meu outro blog, a respeito dos filmes de animação, de que muitos filmes atuais têm pecado pela caretice. Gente, cinema é o lugar onde você pode pirar à vontade! E se Buñuel conseguiu tal feito em 1929, o que dizer hoje, com tantos efeitos efeitos especiais e recursos tecnológicos? Será que o máximo que conseguimos fazer com o chroma key é reproduzir um cenário que poderia existir de verdade?
Não me entendam mal, adoro histórias certinhas e realistas, curto um diálogo divertido, trilhas sonoras moderninhas, finais felizes. Mas acho que nem todo filme é para ser devorado junto com um balde de pipoca. Transgredir também é necessário, faz bem ao cinema.
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