X9 ou não X9? Eis a questão! |
Quem matou Joey Doyle?
Essa nem é uma pergunta cercada de mistérios até o fim da história, como “Quem matou Odete Roitman?” Desde o início de Sindicato de Ladrões conhecemos o culpado, não só nós mas todos os moradores da zona portuária. Mesmo assim as invetigações da polícia não evoluem. Ninguém quer ser o delator e colocar a cara a tapa.
Também sabemos desde o início sobre o envolvimento de Terry Maloy (Marlon Brando) no crime. O quase-boxeador é irmão do braço direito do chefão da máfia que comanda o sindicato dos estivadores, e presenciou o crime. Apesar de sentir culpa, só começa a pensar em fazer a coisa certa depois que uma bela moça entra na jogada, a irmã da vítima (Eva Marrie Saint) determinada a encontrar e punir os assassinos de seu irmão.
Terry está longe de ser um mocinho, é mal educado, grosso e sua idéia de romance é tomar uma cerveja em um bar sujo. É um mocinho marginal, mas não é pior que nenhum outro morador da região que assistem passivamente aos “crimes do sindicato”. Logo, sua luta interna cativa o expectador. “Me mantenho seguro ou faço a coisa certa?”
Fazer a coisa certa! Tarefa difícil no cenário em que se passa o filme, onde o delator não é visto como traidor apenas pelo bandido, mas por todos naquela sociedade. Quem age com justiça enfrenta represálias e caras feias por toda parte, além é claro de por a vida em risco.
Criando um herói na marra! |
Mas o roteiro é otimista, e diz que se tiver força de vontade e continuar fazendo a coisa certa uma hora tudo vai melhorar. Ainda resta tempo para assistirmos o “empurrãozinho” do padre para o nascimento de um herói local, daqueles que a multidão segue sem questionar. Tudo emocionalmente reforçado por uma trilha sonora forte e marcante.
Ainda não sei se é curioso ou irônico que o herói de Sindicato de Ladrões seja um delator. Uma vez que o diretor Elia Kazan foi o dedurou vários colegas comunistas em Hollywood na época da Guerra Fria. De qualquer forma é um bom filme!
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