... É porque tem alguma coisa errada. Na maioria das vezes, quando achamos que tem algo de errado, é porque estamos certos. Mesmo que ninguém acredite na gente. Mas quando você começa a duvidar de si próprio, então tem coisa errada. E é essa a sensação que fica ao fim do filme.
Blow up - Depois daquele beijo (Blow up) é um filme interessante. Extremamente visual (cada cena, se congelada, é uma fotografia), tem um ritmo característico do cinema italiano (apesar de ser o primeiro filme do diretor em inglês) e poucas falas, o que atiça a imaginação do espectador como a do fotógrafo. Você começa acompanhando um pouco da rotina do fotógrafo: trabalha no estúdio, sai um pouco, fotografa na rua, volta pra revelar os filmes e ampliar as fotos, escolhe as melhores, encontra o agente para discutir o lançamento do livro, volta pro estúdio. Então ele vê uma cena que acha interessante fotografar, um casal num parque, e resolve acompanhá-los. Descoberto, a mulher o pressiona a entregar as fotos. Mas ele não quer, porque ficaram muito boas e por não ter somente aquelas fotos no negativo. Pronto, amigo: você está enrascado.
Imagine que é você que vai andar por aí, só com uma câmera na mão, e de repente você chega em casa e percebe que tem em mãos a prova de um crime? E quando você volta pra investigar, percebe que era mesmo um crime, que o cadáver atrás da moita não era imaginação sua. Então sua casa é invadida, suas fotos e negativos levados embora e a única prova que você tem é o próprio cadáver, que precisa ser fotografado. Mas daí você pede ajuda pro seu amigo e ele não vai te ajudar porque tá muito doido. De enlouquecer, não?
Imagine que é você que vai andar por aí, só com uma câmera na mão, e de repente você chega em casa e percebe que tem em mãos a prova de um crime? E quando você volta pra investigar, percebe que era mesmo um crime, que o cadáver atrás da moita não era imaginação sua. Então sua casa é invadida, suas fotos e negativos levados embora e a única prova que você tem é o próprio cadáver, que precisa ser fotografado. Mas daí você pede ajuda pro seu amigo e ele não vai te ajudar porque tá muito doido. De enlouquecer, não?
Ressalto a cena mais diferente que eu já vi num filme: anos 60, Londres, show de rock num galpão abandonado, musicos bons e uma multidão... parada. Ninguém se movia, só ouvia. Estranhei muito. Só quando a caixa de som começa a pifar e o guitarrista se irrita e desconta nela e na guitarra a sua raiva que o pessoal mostra que está vivo. Seria a idéia do diretor mostrar como surgiu essa mitologia de que os astros do rock deveriam quebrar os instrumentos no palco pra animar o show?
O filme corre num ritmo lento, mas constante. O mais legal, pra mim, foi acompanhar os processos de ampliação das fotos. É incrível ver que uma simples foto pode esconder tantos detalhes, e que a ampliação e enquadramento fazem toda a diferença. Os filmes negativos dão possibilidades infinitas, fora o charme de se fotografar com uma analógica e ter um laboratório em casa pra fazer a revelação e ampliação das fotos (sonho de consumo, confesso).
O final é meio abrupto, mas faz a gente pensar: o quanto de importância a gente dá a coisas mínimas? Quantas coisas passam despercebidas pela gente? Será que vale a pena se preocupar com tudo? Ou às vezes é melhor deixar pra lá? Vale a reflexão.
O filme corre num ritmo lento, mas constante. O mais legal, pra mim, foi acompanhar os processos de ampliação das fotos. É incrível ver que uma simples foto pode esconder tantos detalhes, e que a ampliação e enquadramento fazem toda a diferença. Os filmes negativos dão possibilidades infinitas, fora o charme de se fotografar com uma analógica e ter um laboratório em casa pra fazer a revelação e ampliação das fotos (sonho de consumo, confesso).
O final é meio abrupto, mas faz a gente pensar: o quanto de importância a gente dá a coisas mínimas? Quantas coisas passam despercebidas pela gente? Será que vale a pena se preocupar com tudo? Ou às vezes é melhor deixar pra lá? Vale a reflexão.
3 comentários:
Uau! Obrigado! Eu sempre quis escrever no meu site algo como isso. Posso tomar parte do seu post no meu blog?
Caro Anônimo,
Pode sim! Este é um blog sob a licença Creative Commons. Isso quer dizer que você pode reproduzir seu conteúdo onde quiser, desde que dê o devido crédito.
Então, fique a vontade. E da próxima vez assine a postagem, para que também possamos conhecer seu blog e suas idéias.
Até
As Blogueiras do Sofá!
Olá!
Como autora do texto elogiado, só posso agradecer. Gostaria muito de saber quem é você e qual o seu blog, para dar uma olhada também.
Obrigada pelo carinho e pela visita ;]
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