Ih! Deu ruim!!!! |
Agora eu sei porque ninguém mais assobia ao caminhar na rua. É assim que o assassino de crianças que aterroriza a cidade de Dusseldorf é identificado no longa. Aliais "M" é o primeiro personagem do cinema a ser relacionado a um tema musical. Só por isso o filme já valeria a locação.
Um assassino de crianças deixa Dusseldorf em alerta. Mães orientam seus filhos a não ficar pelas ruas. A polícia já esgotou as possibilidades, pesquisou todo e qualquer suspeito cidade. A ponto de até os bandidos ficarem incomodados. Afinal, os caras maus também tem filhos e com a policia em cima não conseguem trabalhar. Depois de uma fileira de crianças mortas e a cidade inteira (literalmente) vigilante, o assassino não tem para onde correr.
O que me lembra. As mães davam todo tipo de conselho, mas não ouvi, durante os 117 minutos do filme, nenhuma delas dizer - Minha fila nunca fale ou aceite doces e presentes de um estranho. Só para constar.
É o primeiro filme falado de Fritz Lang (dirtor de Metrópolis, filme mudo que já assistimos por aqui). E é no uso da nova tecnologia que o diretor escorrega um pouco. Muitos diálogos desnecessários ou talvez apenas desorganizados, e longas cenas com silêncio absoluto (não rola nem um som ambiente!), se intercalam. Enquanto a falação confunde, a ausência de som causam sonolência. O que seria um problema caso a trama não fosse boa.
É no roteiro bem organizado e na escolha de criar o "clima" com o contraste de luz e sombra, ao invés do som (a única exceção é a musica tema do assassino), que o filme tem suas maiores qualidades. É a força do Expressionismo Alemão aumentando os suspense.
Não posso deixar de mencionar a engenhosidade do rapaz que identifica o assassino para a comunidade, em contraste com a falta de competência dos vigilantes que fazem sua busca. Acho que nunca caçaram alguém! Acima de tudo o que rouba a cena são os olhos esbugalhados de pavor de Peter Lorre. Tenho a leve desconfiança de que ele ganhou o papel com um olhar.
Treinando o olhar 43,5! |
Não há personagens principais além do assassino, que por sua vez só começa a ganhar a tela na segunda metade do longa. Não é a luta de um policial para prender o bandido, e sim de uma comunidade inteira para erradicar o mal, que os estavam levando a paranóia.
Quanto ao questionamento de uma mãe ao fim do longa. A busca nunca foi para trazer seus filhos de volta, era pura vingança mesmo. A parte boa? Vai evitar que mais crianças sejam levadas.
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