O Bandido da Luz Vermelha, personagem título do filme desta semana no DVD, sofá e pipoca, realmente existiu. O longa de 1968 foi inspirado na vida de João Acácio Pereira da Costa.
João Acácio nasceu em 1942 em Joinville, Santa Catarina e ficou órfão aos quatro anos. Foi então que iniciou sua vida criminosa, para sobreviver. Chegou ao estado de São Paulo ainda na adolescência, fugindo dos furtos que praticara em Santa Catarina. Foi morar em Santos, onde se dizia filho de fazendeiros e bom moço.
Levava uma vida pacata praticando seus roubos em São Paulo e retornando para Santos, para gastar seus "ganhos" com mulheres e boates. Cometia os crimes nas últimas horas da madrugada, principalmente em mansões. Cortava a energia da residência e usava um lenço para cobrir o rosto (meio western, não?), e carregava uma lanterna com bocal vermelho. Eis o motivo para o apelido dado a ele pela imprensa, "Bandido da Luz Vermelha", que também era uma referência ao criminoso estadunidense Caryl Chessman, que receberam a mesma alcunha anteriormente.
Foram preciso seis anos para a polícia conseguir identificá-lo. O que foi possível por impressões digitais deixadas em uma janela após um de seus "trabalhos". Em 8 de agosto de 1967, foi preso no Paraná, onde estava foragido, sob a acusação de quatro assassinatos, sete tentativas de homicídio e 77 assaltos. Apesar dos boatos de estupro de algumas vítimas, ele não foi acusado por estes crimes.
Foi condenado a 351 anos, 9 meses e 3 dias de prisão. Após cumprir os 30 anos previstos pela lei brasileira, foi libertado na noite de 26 de agosto de 1997 e voltou para Joinville. Tinha obsessão por roupas vermelhas e (pasmem!) dava autógrafos. Sempre que alguém pedia sua assinatura em um papel ele simplesmente escrevia a palavra "autógrafo".
O fim da vida do Bandido no longa é bastante diferente da vida real. Enquanto a personagem de Paulo Villa comete suicídio, João foi preso, cumpriu toda a pena e, quatro meses e vinte dias após ganhar a liberdade, foi assassinado com um tiro de espingarda. Ele morreu dia 5 de Janeiro de 1998 durante uma briga com um pescador de Joinville. O pescador Nelson Pinzegher foi a julgamento pelo assassinato de João em 2004 e foi absolvido por unanimidade.
Em 2006, a vida de João Acácio Pereira da Costa também foi tema do programa Linha Direta - Justiça, da Rede Globo.
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